Rondônia promovem cruzada contra a cigarrinha das pastagens

09/03/2004 - 12h05

Brasília, 9/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - Vários centros de pesquisas e órgãos agropecuários de Rondônia estão promovendo uma verdadeira cruzada contra uma das pragas mais agressivas em gramíneas: as cigarrinhas-das-pastagens, insetos que sugam a seiva das folhas e injetam toxinas, provocando intoxicação nas plantas e interrompendo o processo vegetativo. Dos 4,5 milhões de hectares de pastagens em Rondônia, estima-se que até um milhão estejam infectados pela praga.

Os pesquisadores apontam o estresse do solo provocado pela formação de monoculturas e sua constante degradação como uma das causas mais prováveis pela perda de resistência do capim. Outro fator que explica a alta incidência das cigarrinhas é o desmatamento, já que a diminuição da área formada por florestas diminui consideravelmente as barreiras naturais para controlar o avanço do inseto.

De acordo com a Embrapa, o manejo integrado de pragas pode ser a única alternativa para a extinção do problema, já que o controle químico das grandes áreas formadas exige altos investimentos, além do risco ambiental que representa.

Segundo o pesquisador Newton de Lucena Costa, da área de manejo de pastagens da Embrapa- Rondônia, o produtor deve conciliar o controle biológico - usando inimigos naturais - ao controle cultural, como a diversificação das espécies plantadas e a realização de práticas de manejo adequadas.

A estratégia de combate ao inseto parte do levantamento do número populacional das cigarrinhas – realizado a partir de orientação de técnicos – e a implantação do "manejo integrado de pragas". O levantamento do número de ninfas é indispensável nesse aspecto: o controle biológico deve ser feito antes de a cigarrinha chegar à sua fase adulta, fase na qual a planta já foi atingida em sua totalidade

Além de agredir pastagens, o inseto também ataca o arroz, o milho e a cana-de-açúcar. Os sintomas evoluem desde a secagem das folhas, fase caracterizada por manchas amareladas, até o desequilíbrio hídrico e esgotamento das reservas orgânicas da planta, provocando quedas significativas na produção e na qualidade da forragem. O gado sente os reflexos imediatamente, perdendo peso e diminuindo a produção de leite.

Com informações da Embrapa