Brasília - O governo vai fortalecer suas políticas de planejamento familiar com o aumento da oferta de contraceptivos às mulheres mais pobres, por meio das unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) de todo o país. Em no máximo quinze dias, o Ministério da Saúde deverá apresentar proposta para ampliar a distribuição gratuita de camisinhas, pílulas anticoncepcionais, DIUs, pílulas do dia seguinte, entre outros métodos. O anúncio foi feito pelo ministro Humberto Costa, em entrevista à Agência Brasil. "Vamos apresentar nos próximos dias proposta de planejamento familiar. O Ministério da Saúde deve assumir um papel mais importante, mais evidente no que diz respeito à distribuição desses contraceptivos", afirmou.
Segundo Humberto Costa, as mulheres das camadas mais baixas da população não têm as mesmas facilidades das mulheres das classes média e alta para estabelecer o número de filhos que desejam ter, por causa da falta de informação, do menor nível educacional e da falta de consciência dos problemas acarretados socialmente por famílias numerosas e pobres, que não têm poder para prover muitos filhos. O ministro admite que o trabalho será difícil, devido às peculiaridades do problema, já que as mulheres com mais filhos moram em regiões ainda inacessíveis às ações governamentais - de educação e saúde, principalmente.
O ministro ressalva que as novas políticas de planejamento familiar não serão autoritárias, determinadas de cima para baixo: será respeitado o direito de opção da mulher. "O papel que o Estado deve representar no planejamento familiar, em primeiro lugar, é o de dar acesso à informação, para que as pessoas possam tomar sua decisão. Dar acesso à informação significa fazer com que as mulheres tenham consciência do funcionamento de seu corpo e possam ter a opção de escolher se querem ou não querem ter filhos. O outro papel que o Estado deve ter é ofertar e facilitar o acesso das mulheres aos métodos contraceptivos", disse Humberto Costa.