Agência de Fomento do Rio de Janeiro incentivará crescimento de micro e pequenas empresas

09/03/2004 - 15h43

Rio, 9/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - A nova Agência de Fomento do estado do Rio de Janeiro entra em operação no mês de junho ou julho deste ano, quando serão concedidos os primeiros financiamentos a pequenas empresas participantes de arranjos produtivos locais. O anúncio foi feito hoje na Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro pelo presidente da Companhia de Desenvolvimento Industrial do estado (CODIN), Maurício Chacur.

A instituição financeira pública pretende aumentar a participação do Rio de Janeiro nos desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para micro e pequenas empresas, hoje de 2,7%, contra 13% do Rio Grande do Sul, 12% do Paraná e 10,5% de Minas Gerais, o que limita o crescimento das micro e pequenas empresas (MPEs) no estado, disse Chacur.

Segundo informou, a idéia é organizar a demanda de forma a reduzir os riscos. Os primeiros financiamentos da Agência se destinarão aos setores de pedras ornamentais do município de Santo Antônio de Pádua, e de confecções de moda íntima de Nova Friburgo, que já vêm sendo acompanhados pelos técnicos do órgão. Maurício Chacur acredita que "com acesso ao crédito, haverá novas oportunidades para as MPEs fluminenses".

A Agência de Fomento do Rio de Janeiro nasce com capital de R$ 4 milhões em recursos do estado, o que significa que vai poder emprestar R$ 12 milhões. A meta, porém, é crescer gradativamente, visando alcançar capital de R$ 70 milhões nos próximos dois anos, para poder emprestar R$ 210 milhões, esclareceu Maurício Chacur.

"A grande vantagem da agência é que ela permite essa alavancagem: com um real, posso emprestar três". Os financiamentos em um primeiro momento serão de R$ 80 mil, em média. A Agência está aberta a aumentar seu capital pela iniciativa privada, revelou Chacur. "A idéia é que a agência seja auto-sustentável".

A CODIN está concluindo o credenciamento da Agência como agente financeiro do BNDES, de onde virão os recursos que serão repassados aos pequenos empresários, e também junto ao Sebrae/RJ, para usar o Fundo de Aval da entidade, na questão das garantias.

Não há, assegurou Chacur, interesse dos bancos comerciais em emprestar para micro e pequenas empresas devido ao risco elevado e baixo retorno. O presidente da CODIN disse que no longo prazo não foi decidido ainda se o caminho a ser adotado pela Agência será para microcrédito ou para média empresa, opção que ele defende pessoalmente.

A CODIN está estudando outros arranjos produtivos locais no estado, vendo a necessidade de cada setor, para poder delinear o que Chacur chamou de "operação programa", que terá todas as condições de financiamento formatadas antecipadamente, para poder depois organizar a demanda pelos recursos da Agência.

O custo do empréstimo, a exemplo do que ocorre no BNDES, será de 15% ao ano em média. As condições financeiras das operações de financiamento se basearão nas adotadas pelo BNDES, mas poderão sofrer adaptações de acordo com as necessidades de cada setor, garantiu Chacur.

Estudo realizado pela Companhia mostra que, no caso do arranjo produtivo de Nova Friburgo, existem mil empresas de confecções no município, sendo 500 formais, o que revela um potencial de 500 empresas passíveis de serem clientes da Agência, cujo financiamento exigirá um corpo técnico entre 60 e 80 pessoas, que deverão ser escolhidas por meio de concurso público a ser realizado nos próximos dois meses.