Brasília, 9/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - Cerca de 400 advogados públicos fizeram, no início da tarde de hoje, uma manifestação em frente ao Palácio do Planalto. Procuradores Federais, da Fazenda, do Banco Central, advogados da União e defensores públicos estão parados por 48 horas e realizarão uma assembléia amanhã para decidir se entram em greve por tempo indeterminado. A categoria reivindica 100% de reajuste salarial, paridade entre ativos e inativos, criação das carreiras de apoio e melhores condições de trabalho.
A União tem hoje, em todo o país, cerca de 5 mil advogados públicos. O coordenador do Movimento em Defesa da Advocacia Pública e da Defensoria Pública da União, Sérgio Luiz Rodrigues, afirmou que os advogados públicos não têm condições de trabalho. "Faltam mesas, computadores, papel e são poucos advogados para muito trabalho", reclamou. O coordenador do movimento disse que qualquer grande escritório de advocacia conta com melhor estrutura e um número maior de profissionais do que a União.
Segundo Rodrigues, em função dos baixos salários, mais de 40% dos aprovados no último concurso para a Advocacia Geral da União sequer tomaram posse. Dos empossados, 30% já pediram demissão. "O governo se preocupa com a reforma do Judiciário, fica dando palpite no quintal dos outros, de um poder independente, e se esquece de olhar para o próprio quintal, para os advogados públicos, que estão sendo maltratados e não é só nesse governo, isso vem de muito tempo", disse Rodrigues. Amanhã (10), em horário a ser definido, uma comissão de reprresentantes dos policiais federais será recebida em audiência pelo ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo.