Equipes de geólogos procuram ossadas de guerrilheiros do Araguaia

07/03/2004 - 11h01

Xambioá (TO), 7/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - Os procuradores da República, Felício Pontes, do Pará, e Adrian Pereira Ziemba do Tocantins, tomaram o depoimento do ex-soldado do Exército, Josian José Soares, que serviu no 52º BIS de Marabá e atuou no combate à guerrilha do Araguaía em Xambioá em 1974.

Josian contou aos procuradores que os soldados durante o treinamento e mesmo já em serviço, sofriam maus tratos por parte de seus superiores. Além disso, relatou ter presenciado atos de tortura contra civis. Contou ter visto uma pessoa conhecida como Pará que os militares haviam aprisionado e que não era terrorista. Mesmo assim, foi forçado a subir em um pé de côco babaçu para tirar palhas. Quando desceu, os militares tiraram as folhas do talo do babaçu e o jogavam como lança contra o prisioneiro.

Neste momento, equipes de geológos da Universidade Federal de Minas Gerais e três antropólogas forenses, vindas da Argentina que estão rastreando o terreno onde funcionou a base militar do Exército e da Aeronáutica nos anos de 1970 para combater a guerrilha do Araguaía num sítio de 500 metros quadrados, procuram as ossadas de quatro guerrilheiros que poderiam ser Osvaldo Orlando da Costa, o Osvaldão; Walquíria Afonso Costa, um camponês chamado Batista e um outro ainda não identificado. O local foi indicado por ex-soldados que serviram na base, entre eles, Josiam José Soares.