Por telefone, Lula pede apoio de Bush à proposta que altera posição do FMI sobre investimentos

02/03/2004 - 15h48

Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu hoje ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que os representantes americanos no Fundo Monetário Internacional (FMI) apóiem a alteração sistemática de acordos preventivos do Fundo com os países da América Latina.

Lula telefonou para Bush na manhã de hoje e também pediu que os americanos dêem apoio à idéia brasileira de melhorar a contabilidade dos investimentos públicos produtivos dos países em desenvolvimento junto ao FMI para que possam ser contabilizados como investimentos, e não como gastos. "Trata-se de pensar na possibilidade de haver recursos de seguro para uso dos países membros, se assim desejarem, em situações imprevistas. E do outro lado, que os investimentos públicos sejam entendidos na contabilidade deles (do FMI) como investimentos, em não como gastos", esclareceu o porta-voz da Presidência, André Singer.

A conversa entre os dois presidentes durou cerca de 15 minutos. Lula aproveitou para defender um aumento de investimentos em infra-estrutura na América Latina. Na prática, as medidas sugeridas por Lula poderão ajudar o Brasil aumentar os investimentos em infra-estrutura sem prejuízo das metas fiscais. No último domingo, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, fez referências ao tema no encontro com o diretor-gerente do FMI, Horst Köhler.

Bush agradeceu ao presidente brasileiro por ter chamado a atenção para este tema e prometeu, em breve, voltar a tratar o assunto.

Lula pediu ao presidente americano que leve em conta a recuperação econômica da Argentina. Segundo o brasileiro, o país vem agindo com responsabilidade e seriedade na condução de suas políticas públicas.

Reforço

Lula estendeu o mesmo pedido ao presidente do governo espanhol, José Maria Aznar, e vai continuar manifestando sua posição a líderes internacionais. Na manhã de hoje o presidente brasileiro também conversou por telefone com Aznar e, nos próximos dias, vai telefonar para o presidente da França, Jacques Chirac, e para os primeiros ministros da Alemanha, Gerard Shroeder, e do Reino Unido, Tony Blair, para reiterar o pedido. A idéia do presidente é mobilizar os representantes desses países no FMI para fortalecer a proposta.