Líder do PMDB apóia proposta do PT de votar MP dos bingos

02/03/2004 - 13h42

Antônio Arrais e Ellis Regina
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), disse hoje que apóia a proposta da bancada do PT, de aguardar a votação da Medida Provisória 168/04, que proíbe o funcionamento de bingos e máquinas caça-níqueis no país, para que seja apresentado, ou não, à Mesa Diretora da Casa requerimento do senador Magno Malta (PL-ES), para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar as casas de jogos no Brasil. Calheiros entende que se a MP for aprovada, não haverá razão para a criação da CPI, porque a investigação pretendida seria esvaziada.

Renan Calheiros disse que o PMDB entende que não há necessidade de uma investigação política e congressual e que nada, neste momento, justifica a criação de uma CPI, seja do caso dos bingos, seja sobre as denúncias contra Waldomiro Diniz, ex-subchefe de assuntos parlamentares da Presidência da República: "O Congresso Nacional não é uma delegacia de polícia", enfatizou o líder da base governista.

Calheiros afirmou que as respostas exigidas pela sociedade sobre as denúncias contra Diniz serão dadas pelo inquérito da Polícia Federal e que, se for constatada a existência de algum crime, "ele deverá ser exemplarmente punido".

A proposta do PT de engavetar o pedido de CPI para investigar os bingos, agora encampada pelo PMDB, conta também com o apoio do PTB e do PSB. De acordo com a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), só falta agora a concordância do autor do requerimento da CPI dos Bingos, senador Magno Malta, para que seu pedido não seja apresentado oficialmente, pelo menos por enquanto.

Renan Calheiros se reuniu com o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), para discutir a pauta de votações da semana, que inclui as duas medidas provisórias do setor elétrico, que estão trancando a pauta de votações do plenário. Eles discutiram também o relatório final da reforma do Judiciário, do senador José Jorge (PFL-PE), e matérias que em breve deverão ser decididas no Senado, como a Lei de Falências e a Lei de Biossegurança, recentemente votadas pela Câmara dos Deputados.