Em três horas de depoimento na PF, Diniz responde apenas uma pergunta

02/03/2004 - 20h27

Luciana Vasconcelos e Rafael Gasparotto
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - Depois de três de horas de depoimento, o ex-assessor do Palácio do Planalto Waldomiro Diniz deixou a Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, em meio a um grande tumulto. Na saída, Diniz fez uma breve declaração: "Eu, mais do que ninguém, tenho interesse em restabelecer a verdade o mais urgente possível. Estou confiante nas investigações que estão sendo desenvolvidas pela Justiça", afirmou.

Em seu depoimento à PF, Waldomiro Diniz não acrescentou novos fatos à investigação. Disse que só falaria em juízo. Das 50 perguntas feitas pelo delegado Antônio César Nunes, Diniz respondeu apenas uma delas: sua profissão. Aos policiais disse ser funcionário público.

O delegado interrogou-o sobre as denúncias publicadas pela revista "Época" no mês passado. Na reportagem, Diniz aparece em uma fita de vídeo negociando propina. O Ministério Público Federal enviou 15 perguntas à Polícia Federal. Nenhuma delas, assim como as demais, foi respondida.

O advogado de Diniz, Luiz Guilherme Martins Vieira afirmou que o silêncio promovido por seu cliente não representa reconhecimento de culpa. Segundo ele, a defesa não se apresentará de forma fatiada. "Como num passe de mágica, surgem, a cada dia, especulações das mais diversas, envolvendo nomes de autoridades que nada têm a ver com o acontecido como deverá ser esclarecido, no momento adequado, e em palco sereno: o Judiciário", afirmou em nota.