Brasília, 2/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - A decisão do governo brasileiro de enviar tropas de paz ao Haiti já foi tomada, mas por enquanto os ministérios das Relações Exteriores e da Defesa acertam detalhes do planejamento da ajuda brasileira, que só será dada daqui há três meses. O envio de tropas brasileiras acontecerá na segunda fase de operação da Organização das Nações Unidas (ONU), quando será realizado o processo de restauração democrática do país.

A determinação de envio imediato de uma força multinacional ao Haiti para garantir o processo de paz, depois da renúncia do presidente Jean-Bertrand Aristide, foi aprovada no último domingo pelo Conselho de Segurança da ONU, do qual o Brasil é membro até 2006. O pedido foi feito pelo presidente interino do Haiti, Boniface Alexandre.

O presidente chileno, Ricardo Lagos, anunciou que nas próximas 48 horas estará chegando a Porto Príncipe, capital do Haiti, um primeiro batalhão de 120 soldados das Forças Especiais do Exército para se somar a contingentes liderados por Estados Unidos, França e Canadá. Ao todo, o Chile enviará 220 efetivos militares, maior missão já enviada em sua história.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, conversou no final de semana com o secretário de Estado norte-americano Colin Powell sobre uma possível participação do Brasil no Haiti. O ministro das Relações Exteriores da França, Dominique de Villepin, também esteve em contato com Colin Powell e juntos conseguiram convencer a República Centro-Africana a dar abrigo ao presidente deposto.

O Haiti foi colônia da França até 1804, quando os haitianos derrotaram as tropas de Napoleão.