Agricultor familiar e agentes financeiros discutem aplicação de recursos do Pronaf

02/03/2004 - 17h44

Brasília, 2/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - Agricultores familiares e representantes do Banco do Brasil, Banco do Nordeste (BNB) e Ministério do Desenvolvimento Agrário estão realizando hoje reuniões no Nordeste e no Sul do país para discutir a aplicação dos recursos restantes do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Do total de recursos do Pronaf, R$ 3,8 bilhões já foram aplicados.

Segundo o secretário da Agricultura Familiar, Valter Bianchini, os R$ 5,4 bilhões destinados ao programa neste ano-safra são suficientes para atender a demanda dos agricultores, mas existem problemas operacionais para a liberação do crédito. "Precisamos fazer um remanejamento de recursos, por haver sobras em uma determinada fonte e falta em outras. Em áreas pontuais ou em determinadas linhas do programa, nós temos problemas. Mas estamos discutindo junto aos bancos para solucionar essas questões", afirmou.

Na região Nordeste, os agricultores iniciam o plantio depois do período de chuva, aumentando a demanda pelos recursos do Pronaf. Segundo o secretário, o total de investimentos destinados à região é de R$ 1 bilhão, até o final do Plano Safra, em junho deste ano. O Pronaf dispõe de seis linhas de crédito destinadas a agricultores assentados pela reforma agrária, inclusive aqueles com renda familiar anual bruta de R$ 60 mil.

Hoje, a aplicação desses recursos está sendo discutida em Fortaleza. Na próxima sexta-feira, realizada-se outra reunião, em Maceió, com secretários de agricultura do Nordeste, representantes da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), do BNB e de sindicatos, com o objetivo de buscar soluções para aumentar a oferta de crédito.

De acordo com o secretário, depois das pesadas chuvas na região, o prazo para o plantio está curto e a procura de financiamento nos bancos é muito grande. "Às vezes, a demanda é maior do que os bancos estavam preparados", revelou.

Segundo Bianchini, na região Sul, que está no período de colheita, a demanda dos produtores é por investimentos na produção. "Estamos buscando, junto à Fazenda e ao Banco do Brasil, formas de remanejar fontes e atender as demandas", disse.