Protesto contra fechamento de bingos reúne 30 mil pessoas em São Paulo

01/03/2004 - 14h54

Pedro Z. Malavolta
Repórter da Agência Brasil

São Paulo, 1/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - Cerca de 30 mil pessoas, segundo avaliação do presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, participaram hoje, em São Paulo, de uma manifestação contra o fechamento dos bingos no país. Na avaliação da Polícia Militar, o protesto reuniu, nas avenidas Paulista e Brigadeiro Luís Antônio, entre 15 a 17 mil pessoas. O trânsito ficou bastante caótico no local. Segundo Paulinho, a proibição de funcionamento de casas de bingo, estabelecida na Medida Provisório 168, deve deixar pelo menos 120 mil pessoas com carteira assinada sem emprego.

"Estamos trabalhando com o governo e com o Congresso para editar uma nova Medida Provisória com o objetivo de, temporariamente, manter os empregos e reabrir os bingos. Depois nós poderemos elaborar uma nova legislação para garantir os empregos, os bingos e a garantia de fiscalização. Se o bingo estiver fazendo falcatrua, tem que fechar e pôr o dono na cadeia", declarou Paulinho. Além de São Paulo, atos semelhantes foram realizados em Recife e Porto Alegre. Amanhã, a Força Sindical promoverá manifestações no Rio de Janeiro e, na quarta feira, em Brasília.

"Nesta quarta-feira, queremos ser recebidos pelo presidente do Congresso, do Senado, pelo ministro do Trabalho e pelo presidente Lula. Quero ver ele não receber os trabalhadores", disse Paulinho. "Queremos sair com um acordo lá de Brasília. Mas se não tiver acordo, a gente vai acampar em frente à casa do Lula, em São Bernardo. E só vai sair quando tiver acordo". completou.

Rodrigo Antonelli Reis, de 23 anos e funcionário de um dos maiores bingos de São Paulo, disse que trabalha com bingos há cinco anos e tem duas pessoas que dependem do seu trabalho. "Sempre recebi todos os meus direitos trabalhistas, convênio médico, hora extra, tudo. As pessoas têm que entender que um bingo é como uma empresa normal, tem é que regularizar". Segundo Rodrigo, colegas seus de trabalho já fretaram dez ônibus para ir a Brasília na quarta-feira.