Média de exportações confirma previsões de Furlan, diz secretário

01/03/2004 - 17h02

Brasília, 1/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - A média atual de crescimento das exportações, registrada no fechamento dos dois primeiros meses do ano, revela incremento de até 20% em alguns produtos importantes da balança comercial. Isso confirma a previsão do ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, de que as exportações brasileiras em 2004 vão superar US$ 80 bilhões.

A afirmação foi feita pelo secretário de Comércio Exterior, Ivan Ramalho, em entrevista coletiva. Segundo ele, o complexo soja, os automóveis e minérios estão entre os setores que impulsionam as exportações. No mês de fevereiro, houve crescimento razoável na importação de objetos de adorno, como bijouterias, e de móveis.

Há expectativa de recuperar o mercado argentino, inclusive para a compra de automóveis. As exportações nesse segmento já apresentam crescimento gradativo. Hoje, verifica-se situação inversa a 1997, quando o Brasil é que importava veículos da Argentina, comentou Ramalho. No próximo dia 8, representantes do Brasil e da Argentina reúnem-se para discutir o comércio bilateral, informou o secretário.

A nível global, o resultado dos dois primeiros meses do ano mostra que evoluíram as vendas de manufaturados, com agregação de valor. Entre os produtos básicos, houve incremento na venda de milho e soja em grão, que tiveram recuperação de valor no mercado internacional, em especial nos Estados Unidos. Naquele país, a produção de soja teve queda, impulsionando as vendas brasileiras. No segmento de minério de ferro, houve aumento considerável, principalmente nas transações com a China.

Materiais de transportes, aviões, autopeças, motores, máquinas de terraplanagem, são produtos que se destacam na balança comercial brasileira nesses dois primeiros meses do ano. A partir de março, deve aumentar significativamente a exportação de aviões, com a disponibilização para venda dos últimos modelos nacionais, da Embraer, que tem como grande comprador os Estados Unidos.

Em fevereiro, houve queda na importação de petróleo. Para Ramalho, no entanto, isso não significa baixa no consumo interno ou compensação pelo fato de o Brasil ser hoje um grande produtor. Ele atribuiu a queda na importação do produto a embaraços com a logística de embarque, na Petrobrás. O mês de janeiro registrou importação expressiva, mas a previsão é de que as compras aumentem em março.

Os números divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento mostram uma aparente queda na importação de bens de capital no mês de fevereiro em relação ao mesmo período de 2003. No entanto, no ano passado, as importações de termoelétricas em igual período foram atípicas. Essa é a razão de as tabelas divulgadas mostrarem percentual na faixa de 14% sobre fevereiro de 2004.

As exportações brasileiras totalizaram em fevereiro US$ 5,722 bilhões e as importações, US$ 3,740 bilhões, resultando em superávit de US$ 1,982 bilhão. Esses números são recorde histórico para meses de fevereiro (27,1% sobre fevereiro de 2003) e de janeiro (15,1% sobre janeiro). As vendas de manufaturados atingiram US$ 3,138 bilhões, a de básicos, US$ 1,617 bilhão e a de semimanufaturados, US$ 882 milhões. Os embarques de produtos básicos cresceram 41,5% em relação a fevereiro de 2003, os de manufaturados, 23,3% e os de semimanufaturados, 21,9%.

As importações tiveram crescimento de 6,9% em fevereiro na comparação com o mesmo mês de 2003 e de 3,6% sobre janeiro de 2004. As exportações de janeiro e fevereiro somaram US$ 11,522 bilhões e as importações, US$ 7.952 bilhões, resultando em superávit de US$ 3.570 bilhões.