Brasil e Nova Zelândia querem novas negociações na OMC para produtos agrícolas

01/03/2004 - 19h53

Brasília, 1/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Nova Zelândia, Phil Goff, reuniu-se hoje com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, para discutir assuntos bilaterais de interesse comum. O principal deles foi sobre a negociação, na Organização Mundial do Comércio (OMC), já que os dois países são favoráveis à adoção de políticas de compensação para o setor agrícola. Tanto Brasil como Nova Zelândia são membros do Grupo de Cairns - formado por 19 países exportadores de produtos agropecuários – que defende o fim das práticas que distorcem o comércio internacional de produtos agrícolas e a liberalização nessa área.

Os integrantes de Cairns querem buscar um consenso em torno de uma posição capaz de permitir a retomada das discussões na OMC, frustradas pela reação negativa das nações industrializadas às propostas de eliminação dos subsídios agrícolas e de maior acesso a mercados. Os interesses entre o Grupo de Cairns e o G-20, grupo que tem a liderança do Brasil, são muito próximos, principalmente no que se refere às negociações da OMC para abertura do mercado de produtos agrícolas.

Além das questões agrícolas, os ministros brasileiro e neozelandês discutiram a reforma da Organização das Nações Unidas (ONU). Os dois países são favoráveis a uma maior representatividade no Conselho de Segurança. Trataram ainda de desarmamento e do Tratado de não Proliferação Nuclear; de cooperação biotecnológica; reflorestamento; e cooperação no setor de lácteos e carnes. Conversaram também sobre o acordo de isenção de vistos, já em vigor na Nova Zelândia, mas ainda em discussão no Congresso Nacional brasileiro.

Em 2003, o Brasil exportou US$ 36,2 milhões para a Nova Zelândia e importou US$ 22,7 milhões. A pauta brasileira é composta, tradicionalmente, por produtos derivados do complexo soja, tabaco, suco de laranja, equipamentos elétricos, calçados e café, dentre outros. Do lado neozelandês, os laticínios predominam na pauta de comércio para o Brasil: chegam a 50% do total exportado. Em 2002, foi constituída a "joint venture" entre a Nestlé brasileira e o conglomerado Fonterra, que reúne as principais indústrias de produtos lácteos da Nova Zelândia.