Brasília, 27/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - Cinco estados brasileiros participarão, em março, da Campanha de Vacinação contra Febre Aftosa. Os estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Ceará e leste de Minas Gerais têm 21,3 milhões de cabeça de gado, o que representa 11% do rebanho brasileiro de 187 milhões. O objetivo do Ministério da Agricultura é vacinar 100% do rebanho desses estados.
A segunda fase da Campanha de Vacinação contra Febre Aftosa nessas áreas será realizada em setembro deste ano. Nos demais estados, a primeira e a segunda etapa da campanha ocorrem principalmente em maio e novembro.
Atualmente, 91% do rebanho bovino brasileiro estão livres de aftosa com vacinação. Com isso, segundo o diretor substituto do Departamento de Defesa Animal, Jamil Souza, o setor tem conseguido ampliar o mercado de exportações.
Em 2003, as vendas externas de carne bovina chegaram a US$ 1,5 bilhão, registrando um aumento de 38%, em relação ao ano anterior. "As questões sanitárias são importantes para aumentar as exportações. Em caso de surto todos os mercados se fecham e só voltam a comprar, de forma cautelosa, depois do anúncio de ações para evitar a doença", afirma Souza.
O último caso de febre aftosa ocorrido no Brasil foi em julho de 2001. As regiões ainda consideradas de risco são Norte e Nordeste. O primeiro caso da doença no Brasil ocorreu em 1896, com surtos contínuos até 2001.
Segundo o ministério da Agricultura, dos 14 estados reconhecidos como livres da doença, a imunização chegou a 94,9%, em 2003. A meta do ministério é até 2005 ter todo o rebanho brasileiro reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como livre de aftosa com vacinação. E até maio deste ano a expectativa é ter o reconhecimento de 92% do rebanho como livres da doença com vacinação.
Segundo o diretor do Departamento de Defesa Animal, o risco de haver um novo surto da doença é constante, por isso a necessidade de prevenção. Em junho do ano passado, foram registrados surtos da febre aftosa no Bolívia, Paraguai e Argentina.
A vacinação é obrigatória, sendo que cada estado tem uma legislação específica, com aplicação de multas, interdição e suspensão de trânsito dos animais para os casos de não aplicação da vacina.