Missão espacial vai durar dez anos

26/02/2004 - 14h37
O foguete Ariane 5, que levará a nave Rosseta até o espaço

Brasília, 26/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - Com um ano de atraso, uma das mais ambiciosas missões da Agência Espacial Européia (Esa, na sigla em inglês) deve decolar a bordo do foguete Ariane-5G até amanhã (27), da base de Kourou, na Guiana Francesa. Se tudo ocorrer como programado pelos cientistas europeus, em novembro de 2014 a espaçonave Rosetta deve ser o primeiro artefato construído pelo homem a não apenas orbitar mas pousar na superfície de um cometa.

O objetivo da Esa é coletar amostras do corpo celeste que possam ajudar a elucidar questões relacionadas à origem do Universo. Cometas estão entre os mais antigos objetos do sistema solar e os astrônomos acreditam que neles podem existir partículas cósmicas primitivas com importantes segredos de como tudo começou.

O adiamento no lançamento provocou uma alteração na bola da vez. Inicialmente planejada para atingir o cometa 46P/Wirtanen, a Rosetta agora seguirá em direção ao 67P/Churyumov-Gerasimenko, descoberto em 1969 por dois cientistas da antiga União Soviética.

A jornada em direção do cometa não será breve. A Esa se refere a ela como "épica". Depois de alcançar o espaço, a Rosetta usará as forças gravitacionais que agem sobre a Terra e sobre Marte para acelerar a sua velocidade e conseguir chegar até o alvo. Pela programação dos cientistas europeus, a nave deverá passar ao redor da Terra por três vezes, sempre nos meses de novembro, em 2005, 2007 e 2009.

A aproximação ao planeta vermelho será em fevereiro de 2007. Entre maio de 2011 e janeiro de 2014, os cientistas planejam um período de hibernação para a nave, com o objetivo de economizar combustível. A missão será oficialmente encerrada em dezembro de 2015, depois de 4 mil dias do lançamento, quando a Rosetta passará mais uma vez ao redor da Terra.

Enquanto o corpo da espaçonave principal tem 2,8 metros de largura por 2,1 metros de comprimento e pesa cerca 3 toneladas, a sonda que será enviada ao 67P/Churyumov-Gerasimenko será muito menor, com apenas 100 quilos e nove instrumentos de análises físico-químicas. Toda a energia usada no espaço será captada por dois painéis solares, que estarão acoplados à Rosetta. (Agência Fapesp)