Embaixada brasileira no Haiti tem dificuldade de contactar brasileiros residentes no país

26/02/2004 - 16h27

Brasília, 26/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - A embaixada do Brasil em Porto Príncipe, capital do Haiti, informou que o sistema de comunicação no país é precário e dificulta o contato por telefone com os brasileiros que vivem lá até para saber se eles desejam serem resgatados de volta ao Brasil. Segundo informações da embaixada, o clima em Porto Príncipe é de tensão, não se vê pessoas nas ruas, os ônibus pararam de circular e o comércio e as indústrias foram fechados. Há 28 brasileiros residentes no Haiti, incluídos os funcionários da embaixada. Cerca de 19 são freiras que prestam serviços humanitários em cidades do interior.

Os funcionários da embaixada do Brasil em Porto Príncipe continuam a tentar contatar os brasileiros residentes, mas a maioria dos telefones não completa a ligação ou indica que os aparelhos estão fora de serviço. As freiras que conseguiram ser localizadas insistem em ficar no país.

A rebelião no Haiti, país mais pobre da América, já dura três semanas, contabilizando 70 mortos. Rebeldes armados que já tomaram metade do Haiti alertaram hoje sobre um ataque iminente à capital do país e aconselharam o presidente haitiano, Jean-Bertrand Aristide, a deixar seu palácio nacional imediatamente. Estrangeiros e haitianos correram hoje para o aeroporto para fugir da cidade, temendo que vôos para dentro e fora do país fossem suspensos em breve.

Nesta semana, o presidente americano, George W. Bush, rejeitou o pedido de Aristide para que seja enviada uma missão de paz internacional. Bush argumentou que um acordo político deveria ocorrer primeiro. Ontem a França propôs que uma força de paz civil fosse enviada ao país e exigiu que Aristide renunciasse para abrir caminho para um governo transitório de conciliação nacional.

A insatisfação com o presidente haitiano, Jean Bertrand Aristide, tem crescido desde que seu partido fraudou as eleições legislativas de 2000, levando vários estrangeiros a suspenderem milhões de dólares em doações.

Nádia Faggiani com agências internacionais