Unitau desenvolve kit para diagnóstico de parasitos mais seguro

20/02/2004 - 15h17

Brasília, 20/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - Desenvolver um kit para exames parasitológicos, que facilite o processamento do teste e, ao mesmo tempo, seja higiênico e prático. Este foi o desafio da professora de parasitologia do departamento de Biologia da Universidade de Taubaté (Unitau), Ana Júlia Urias dos Santos Araújo, nos últimos quatro anos. O projeto tinha objetivo de atender a Immunoassay, uma empresa nacional de pequeno porte, que atua na área de diagnóstico, por meio da industrialização, comercialização, importação e exportação de produtos para laboratórios e hospitais. Hoje, o produto está em fase de produção.

"A pesquisa foi muito interessante porque vivenciamos a experiência de transformar uma idéia em um produto para uso em escala industrial pela iniciativa privada", diz Ana Júlia. O projeto foi coordenado pela professora Sumie Shimizu, da USP, com participação de pesquisadores das universidades Estadual de Campinas (Unicamp) e Estadual de São Paulo (Unesp). O financiamento foi da Fapesp, por intermédio do Programa de Apoio à Propriedade Intelectual (Pipe), para desenvolver o produto.

O kit, com o nome de TF-Test, possibilita recolher amostras fecais de um mesmo paciente três vezes antes de ir para análise. "O produto foi feito para se detectar todas as espécies de parasitos diagnosticáveis pelas fezes, com a preocupação de se evidenciar o parasitismo por Giardia duodenalis. O fato desse parasito ter um ciclo de reprodução oscilante, exige que se recolha amostras de fezes em três dias alternados", explica. A giardíase é uma das parasitoses intestinais mais freqüentes em países tropicais, com problemas sérios de saneamento básico, como o Brasil.

O TF-Test é composto por três tubos coletores que, depois de usados para recolher as amostras, se encaixam em um único conjunto de filtros, para centrifugação. O kit possibilita preservar a amostra fecal em condições de análise por até 30 dias, sem necessidade de refrigeração, pois os tubos coletores contêm um líquido conservante.

Um dos envolvimentos da pesquisadora da Unitau no projeto foi na realização de um teste do uso do kit pela população em um bairro de Taubaté (SP). "O resultado foi ótimo. Vimos que a pessoas se adaptavam bem ao novo produto". Além disso, Ana Júlia fez avaliação dos melhores produtos químicos para conservação dos elementos parasitários e separação dos elementos interferentes durante o processamento das fezes. Este procedimento é importante para facilitar posterior visualização e leitura microscópica do material. (Ascom Unitau)