Caixa estuda novo modelo para operacionalizar loterias

20/02/2004 - 17h54

Brasília, 20/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - Para tentar evitar novas negociações com a empresa Gtech - responsável pelo processamento de dados das loterias federais e acusada de ter sido favorecida no esquema de propina, envolvendo o ex-subchefe de assuntos parlamentares da Presidência, Waldomiro Diniz – a Caixa Econômica Federal estuda novas opções de operacionalização do sistema de loterias do país.

Segundo o superintendente de Projetos Especiais da Caixa, Carlos da Silva Cartell, o banco está examinando modelos mais modernos e avançados de tecnologia para fazer, o quanto antes, as devidas alterações. "Esse modelo que hoje está em funcionamento na Caixa é antiquado do ponto de vista tecnológico", disse Cartell.

Segundo ele, a Caixa já avaliou o que tem de mais moderno e avançado no mundo sobre as tecnologias usadas nas operações de loterias para definir o chamado "modelo Caixa". "Estamos propondo uma mudança completa nessa maneira de trabalhar, do ponto de vista de tecnologia e de processo para contemplar um modelo que amplie bastante a quantidade de fornecedores".

De acordo com Cartell, a Caixa ainda está impossibilitada de fazer novas licitações, obrigando a instituição a manter o atual contrato de 25 meses, renovado em abril do ano passado, com a Gtech do Brasil, por causa de uma série de decisões judiciais defendidas pela própria Gtech. "Depois que se tornou bastante claro que a decisão judicial não viria no segundo semestre de 2002, internamente começamos a produzir uma grande quantidade de estudos e análises para pensar em uma outra forma de conduzir esse modelo. Hoje nós temos uma razoável certeza de que nós conseguiremos até o final desse período que ainda remanesce do contrato com a Gtech implantar um novo modelo", concluiu.

De acordo com o diretor Jurídico da Caixa, Antônio Carlos Ferreira, o contrato com a Gtech Brasil, assinado em 26 de maio de 2000, só foi prorrogado por mais 25 meses por razões exclusivamente técnicas e legais de modo a evitar prejuízos à Caixa e aos usuários dos serviços prestados pela instituição. Atualmente, o contrato da Caixa rende à Gtech quase R$ 30 milhões por mês. Até maio de 2005, a empresa deve receber cerca de R$ 750 milhões pela prestação do serviço.