Militantes movimentam a Câmara na homenagem ao MST

19/02/2004 - 13h45

Brasília, 19/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - A Câmara dos Deputados realizou hoje sessão solene em homenagem aos 20 anos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). A cerimônia lotou o Plenário Ulysses Guimarães, que recebeu crianças, jovens, adultos e idosos de ambos os sexos, vestidos com camisetas vermelhas e o logotipo do MST. Eles ocuparam as poltronas normalmente usadas pelos parlamentares e agitaram bandeiras do movimento em várias oportunidades da sessão, que durou cerca de 40 minutos.

Compuseram a mesa os deputados Chico Alencar (RJ), que dirigiu os trabalhos, e Luci Choinacki (SC), ambos do PT, autores do requerimento de realização da sessão; o assessor da Presidência da República Frei Betto; um dos líderes do MST, Gilmar Mauro; e o representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Tomás Balduíno. Por força do regimento interno, apenas os deputados se manifestaram na homenagem ao movimento.

Os discursos dos deputados, que se sucederam na tribuna da Câmara, lembraram os 20 anos passados desde que 80 representantes de organizações camponesas se reuniram no galpão de uma igreja na cidade de Cascavel, no Paraná, para fundar o MST. Para a deputada Luci Choinacki, "é impossível medir a importância que o movimento teve para a democracia brasileira de lá para cá, ao colocar na pauta a urgência de resolver a questão do latifúndio e de 500 anos de exploração no campo".

Chico Alencar disse que a homenagem ao MST demonstrou o reconhecimento que o movimento conquistou nas diferentes camadas da sociedade. "É uma celebração da ascensão da classe trabalhadora rural a partir da organização pela base daqueles que são oprimidos por cinco séculos de latifúndio", afirmou.

Além de Alencar e Choinacki, usaram da palavra para homenagear o MST os deputados Ann Fontes (PMDB-PA); João Alfredo (PT-CE); Jamil Murad (PCdoB-SP); Babá (sem partido-PA); Severiano Alves (PDT-BA) e Sebastião Madeira (PSDB-MA). Em meio às homenagens unânimes ao MST e ao papel do atual governo na luta pela reforma agrária, Madeira disse que "o maior avanço na reforma agrária foi feito pelos governos de Fernando Henrique Cardoso".