Brasília, 19/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - Reunião entre sindicatos e governo, nesta quinta-feira, deu início às negociações para o reajuste salarial dos servidores públicos. Na segunda rodada da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) do ano, o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Sérgio Mendonça, apresentou sugestões aos servidores de como o dinheiro destinado ao aumento dos salários poderá ser dividido.
O valor que está disponível no orçamento deste ano para esse fim é de R$1,5 bilhão.Foram apresentadas três hipóteses sobre como seria dividido o dinheiro. Na primeira hipótese, todos os 1,3 milhão de servidores federais, ativos e inativos, receberiam um aumento linear de 2,67%. A segunda possibilidade é conceder o aumento da forma como foi feita no ano passado: um aumento linear menor para todos os funcionários públicos e ainda conceder uma espécie de abono mensal, de valor fixo, também para todos os servidores. A última hipótese apresenta aumentos diferenciados por categoria, repassados na forma de gratificação de desempenho.
Os sindicatos ouviram a proposta do governo e vão analisá-la até a próxima reunião da MNNP, marcada para o dia 18 de março. Os representantes dos servidores dizem que o dinheiro disponível para os aumentos é insuficiente para repor perdas salariais provocadas pela inflação. A representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na reunião, Lúcia Reis, disse que os sindicatos esperam que o governo apresente uma proposta que corrija as remunerações dos servidores "sem acumular novas perdas". Outro ponto defendido pela CUT é o de conceder aumentos maiores nas "áreas que atendem à massa, como educação, Previdência Social e cultura", disse Lúcia.
Segundo Sérgio Mendonça, duas das sugestões apresentadas pelo governo adotam o princípio dos reajustes diferenciados. "A idéia é utilizar a maior parcela de recursos nos salários menores e, se for essa a opção na negociação, tentar diminuir a distância entre os salários mais baixos e os salários mais altos", disse.