Gustavo Bernardes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Diretores e superintendentes da Caixa Econômica Federal negaram que o banco negociou, mesmo a contragosto de pareceres técnicos da própria Caixa, a prorrogação do prazo do contrato com a empresa Gtech do Brasil – responsável pelo processamento de dados das loterias federais e acusada de ter sido favorecida no esquema de propina, envolvendo o ex-subchefe de assuntos parlamentares da Presidência, Waldomiro Diniz. "Nunca houve parecer que não recomendasse a renovação", disse o vice-presidente de Logística da Caixa, Paulo Bretas.
Segundo ele, o primeiro parecer recomendou uma renovação de seis meses mais seis, numa circunstância em que não haveria pendência alguma na justiça. "Uma vez que continuamos aprisionados pelas liminares à favor da Gtech e uma vez que a justiça não definiu o julgamento dessas liminares, mudou-se o cenário e achou-se por bem prorrogar esse contrato por mais 25 meses", justificou Bretas.
Afirmou que os negociadores da Caixa, que fecharam o contrato com a Gtech, não tiveram nenhum envolvimento político com a Casa Civil. "Sequer conheço o senhor Waldomiro. Qualquer participação que venha ter tido de saber o que estava acontecendo dentro da Caixa é natural que deve ter sido passado em reuniões da presidência com os bancos, mas nada específico ligado ao nome do senhor Waldomiro", explicou.
De acordo com o diretor Jurídico da Caixa, Antônio Carlos Ferreira, o contrato com a Gtech Brasil, assinado em 26 de maio de 2000, foi prorrogado por razões exclusivamente técnicas e legais para evitar prejuízos à Caixa e aos usuários dos serviços prestados pela instituição.