Vela: um brasileiro é confirmado em Atenas

18/02/2004 - 15h35

Rio - A delegação brasileira de vela ainda não está definida para Atenas, mas um iatista já tem presença confirmada nos próximos Jogos Olímpicos. Trata-se do gaúcho Nelson Horn Ilha, que vai, na condição de único juiz brasileiro, para sua terceira participação olímpica (esteve em Atlanta-96 e Sydney-2000).

Dessa vez, no entanto, sua missão será ainda mais especial: aos 46 anos, Nelson terá o desafio de atuar como um dos consultores da Comissão de Regatas. "Os consultores serão o elo entre os gregos e a Federação Internacional de Vela, com a função de verificar se as regatas estão seguindo os padrões exigidos em eventos internacionais", conta Nelson, que é um dos três juízes brasileiros no Campeonato Mundial da Classe Finn, que prossegue até sexta-feira (20) no Rio de Janeiro. O Campeonato Mundial da Classe Finn faz parte do Calendário de Eventos Preparatórios em 2004 para os Jogos Pan-americanos Rio 2007.

Nelson já participou de dois eventos testes em Atenas e garante que, na vela, tudo deverá funcionar da melhor forma possível. "O cronograma está sendo cumprido à risca", diz o iatista, que, nas horas vagas, não perde a chance de colocar seu barco no mar. No último mês de dezembro, conquistou o título no Sul-Americano de Match Race na Classe Soling, tendo como tripulantes os filhos Gustavo e Felipe. "Na verdade, comecei a velejar antes de nascer, na barriga de minha mãe. Meus pais, Henrique,de 74 anos, e Maria Walmyr, de 69, velejam até hoje", orgulha-se Nelson, destacando o terceiro lugar no Campeonato Mundial da Classe Laser, em 1994, no Japão, como um dos principais títulos de sua carreira.

Segundo ele, o fato de ser velejador ajuda na função de árbitro. "É um ponto muito positivo, pois tenho a noção exata da competição. Os atletas me respeitam porque sabem que conheço todas as artimanhas possíveis", diz Nelson, lembrando que dentro d´água a principal função dos juízes é controlar a propulsão natural dos barcos. "Cada vez mais as embarcações oferecem técnicas que os ajudam a ganhar velocidade, independentemente dos ventos, o que não é permitido", conclui.