Brasília, 18/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - A DPMFi - Dívida Pública Mobiliária (em títulos) Federal interna, em poder do público, em janeiro, subiu para R$ 737,3 bilhões, o que representa aumento de 0,8% em relação ao mês de dezembro de 2003.
O crescimento foi decorrente dos juros e da desvalorização do real, compensado pelo resgate líquido de títulos no valor de R$ 5,2 bilhões.
"A tendência é a estabilização da dívida líquida com redução. No ano passado, já houve certa estabilização e todas as nossas projeções indicam uma tendência de queda agora em 2003", espera o coordenador da dívida pública do Tesouro Nacional, Paulo Valle.
Em janeiro, a colocação de títulos prefixados, num total de R$ 15,4 bilhões, balanceou o elevado vencimento do mês de R$ 15,5 bilhões. Com isso, a participação desses títulos no total da DPMFi ficou em torno de 12,5%.
A parcela de títulos remunerados por índices de preços (inflação) manteve-se constante em 13,6%. O resgate líquido de NTN-C (Notas do Tesouro Nacional-série C, corrigidas pelo IGP-M) foi compensado pela colocação de NTN-B (novas Notas do Tesouro Nacional, série B, corrigidas pelo IPCA).
A participação dos títulos atrelados à Selic (taxa básica de juros), que caiu de 61,39%, em dezembro, para 61,3%, em janeiro, sofreu pouca alteração, segundo o Tesouro Nacional, mantendo a tendência de queda , devido a menor representatividade nas novas emissões.
Levando-se em conta as operações de swap, a exposição à taxa Selic registrou aumento para 51,5%, ante a 50,1% em dezembro, em conseqüência da redução de R$ 7,3 bilhões no valor nocional do estoque de swap cambial.
O swap é uma operação entre o mercado e o Banco Central, com intuito de estabelecer uma proteção à variação do câmbio.
A dívida mobiliária atualizada pela variação da taxa de câmbio, desconsiderando-se as operações de swap, passou de 10,76%, em dezembro, para 10,8% devido à apreciação cambial de 1,79%, apesar do resgate líquido de R$ 1,3 bilhão em títulos.
Considerando-se as operações de swap, a parcela da dívida com exposição ao câmbio reduziu-se de 22,1%, no mês anterior, para 21%, em janeiro.
A exposição cambial diminuiu em R$ 6,3 bilhões, em decorrência do resgate líquido de R$ 9,9 bilhões em títulos e swaps cambiais, parcialmente compensada pelo efeito da depreciação do real (R$ 2,8 bilhões) e pela apropriação de juros.
No mês de janeiro, ocorreram vencimentos de NBCE e de NTN-D, num total de US$ 467 milhões, e de swap cambiais no montante de US$ 3 bilhões.
As instituições nacionais foram as maiores compradoras de títulos públicos, com participação de 77,9% no total emitido. O prazo médio do estoque da DPMFi permaneceu praticamente estável, em 31,4 meses.
Sobre o excesso de liquidez (maior disponibilidade de dinheiro) no mercado ocorrida em janeiro, quando houve um aumento de R$ 56 bilhões para R$ 76 bilhões, o chefe do Departamento de Operações do Mercado Aberto, Sérgio Goldstein, explicou que isso se deu devido à compra de dólares (R$ 7,4 bilhões) pelo Banco Central.
Outro fator foi o resgate líquido de R$ 5,2 bilhões em títulos. Ou seja, o Tesouro Nacional emitiu menos papel do que venceu em janeiro. E também houve o retorno de papel-moeda, utilizado pela população durante as festas de fim de ano ao sistema financeiro em janeiro.