Brasília, 18/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Roberto Busato, disse que a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar as denúncias de corrupção contra o ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência da República Waldomiro Diniz só se justifica se as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público revelarem que houve "contaminação do assessor no Palácio do Planalto". Busato participou hoje de reunião do Conselho de Defesa da Pessoa Humana (CDDPH), no Ministério da Justiça. "A CPI é um remédio muito dolorido, que traz um efeito colateral muito forte. Devemos resolver a questão dentro dos instrumentos legais existentes até agora", ponderou.
O presidente da OAB considerou correta a posição do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, de que a apuração deva ser aprofundada até mesmo com a investigação sobre a atuação do assessor durante o atual governo. "Somos da opinião de que deve haver essa investigação profunda, rigorosa. Se os fatos ficarem circunscritos à pessoa daquele assessor, que foi flagrado
extorquindo dinheiro de um empresário corrupto, poderá ser resolvido o problema dentro das vias normais. Porém, se houve uma contaminação desse assessor dentro do Palácio do Planalto, é o caso de se examinar politicamente a questão em uma CPI", avaliou.
Já o procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, preferiu não se posicionar sobre a possível instalação da CPI, afirmando que esse exame seria um juízo político. "Agora, na minha área, que é técnica, esse caso segue o seu trâmite normal, que é a investigação criminal feita pela polícia e por uma equipe de procuradores do Rio de Janeiro", observou Fonteles, um
dos conselheiros do CDDPH.