Juros de 16,5% ao ano são ''gol contra'', segundo Fiesp

18/02/2004 - 19h28

Arthur Braga
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) criticou a decisão do Banco Central, que manteve a Selic em 16,5 %. O presidente Horácio Lafer Piva afirmou, em nota, que "a manutenção da taxa de juros mostra que o Banco Central rejeita uma das principais lições que apreendemos nos últimos anos: o regime de metas de inflação precisa ser flexível. Quando a nossa economia enfrentou severos choques de custos ficou absolutamente claro que o objetivo de controlar a inflação não deveria impedir o ajuste de preços relativos. Essa lição deve ser lembrada hoje, quando vemos preços mais altos de algumas commodities internacionais (em grande parte, devido ao efeito China)".

Segundo a Fiesp, a cautela do BC tendo como base o controle da inflação não se justifica."Ao nosso ver, os preços ao consumidor estão sofrendo influências sazonais", e continua dizendo: "não há razão para se temer aumentos generalizados de preços.Este diagnóstico justificaria uma política monetária mais flexível, permitindo que os juros fossem reduzidos já".

A Fiesp reivindica por parte do governo medidas para o crescimento econômico e geração de empregos."Se parte do governo marca gol contra, o resto da equipe deve reagir com maior senso de urgência e virar esse placar".