Rio, 18/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - A companhia Furnas Centrais Elétricas quer compensar a perda de 25% de sua receita bruta com o fim dos contratos iniciais, criando o Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios. Os recursos seriam captados no próprio mercado interno, por meio dos fundos de pensão, e, já neste ano, a estatal usaria R$ 400 milhões, quase metade do total (R$ 980 milhões) a ser investido em geração e transmissão de energia em 2004, valor 10% inferior aos investimentos feitos em 2003.

O diretor financeiro de Furnas, José Roberto Cesaroni Cury, explicou nesta quarta-feira que o edital do fundo está em discussão no Banco Central e no Tesouro Nacional e deve ser aprovado nos próximos três meses.

De acordo com Cury, mesmo com a necessidade de capitalização e com uma dívida da ordem de R$ 2,1 bilhões, a expectativa é de que o lucro líquido de Furnas em 2003 supere os valores de 2002, quando sobraram R$ 540 milhões no caixa da estatal. Os números ainda estão sendo consolidados pela Eletrobrás e devem ser divulgados apenas em abril.

"Apesar do ano ter começado de uma forma preocupante para Furnas, com a perda de 50% de sua receita referentes à comercialização da energia de Itaipu e depois mais 25% dos contratos iniciais, a expectativa é de que os resultados superem 2002 por conta das gestões feitas pela empresa", acrescentou Cury, referindo-se ao reajuste de 27% das tarifas de transmissão e à recuperação da inadimplência de quatro distribuidoras, num total de R$ 250 milhões no caixa em 2003, além da negociação de uma dívida de R$ 550 milhões destas mesmas empresas, a ser paga em até dez anos.

O executivo destacou também que neste ano a estatal pretende realizar vários projetos de expansão da oferta de energia no país, principalmente em parceria com o setor privado, e citou como exemplo o caso da Usina Hidrelétrica de Serra do Facão, em Goiás, cujo projeto está em negociação com várias empresas privadas.