Emprego cresce 0,14% nas indústrias de São Paulo

12/02/2004 - 16h44

São Paulo, 12/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - Um total de 2.123 postos de trabalho foram abertos pela indústria paulista no mês de janeiro, segundo levantamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o que indica um crescimento de 0,14% no nível de emprego. Trata-se do melhor janeiro dos últimos cinco anos.

Os números apontam uma tendência de recuperação da indústria, que encerrou 2003 com menos 1351 vagas na comparação com 2002. As exportações garantiram resultados positivos nos setores de lâmpadas e aparelhos elétricos de iluminação, fundição, produtos de cacau e balas e congelados e supercongelados. Também apresentou alta o segmento de materiais e equipamentos ferroviários, depois de 15 anos de paralisia.

Entre os setores que mais fecharam vagas estão massas alimentícias e biscoitos, doces e conservas. Esses ramos da indústria tradicionalmente contratam funcionários em regime temporário apenas para atender as demandas de Natal. As dispensas, que costumam ocorrer em meados de dezembro, foram postergadas para janeiro em razão de um movimento tardio no comércio.

Apesar do resultado positivo de janeiro, a indústria paulista continua cautelosa. Cláudio Vaz, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, afirma que a recomposição de estoques e a efetiva retomada das contratações só ocorrerão com o crescimento do mercado interno, o que depende da queda das taxas de juros – em janeiro, o Copom optou por manter a taxa básica em 16,5%. "Se o Copom tivesse baixado as taxas de juros, seria uma sinalização do governo de que haveria crescimento do mercado interno. Como isto não aconteceu, esperamos nova sinalização", afirma.

Segundo Vaz, que é candidato à presidência da Fiesp, os empresários gostariam que o próximo corte nos juros chegasse a 1,5%. "Ao baixar os juros o governo transmite firmeza para o agente econômico, que começa a planejar crescimento", avalia Cláudio Vaz. Ele garante que a indústria não quer aventuras, quer apenas que o governo aproveite o momento favorável para "testar limites com responsabilidade". "É preciso abrir um pouco a porta, sem medo. Estamos vendo que há financiadores interessados no Brasil a custos mais baixos do que o que estamos pagando" afirma.

Se o Copom retomar a tendência de corte nos juros - hoje o ministro da Fazenda Antonio Palocci anunciou que pretende encerrar o ano com uma taxa básica em torno de 12% - Vaz acredita que a indústria paulista pode fechar 2004 com 35 mil novos postos de trabalho. Na pior das hipóteses, considerando-se que não haja aquecimento do mercado interno, apenas as exportações devem garantir a abertura de pelo menos 15 mil vagas na indústria paulista.