Milena Galdino
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Foi inaugurada na manhã de hoje, no Palácio do Itamaraty, a Comissão de Direito Internacional Humanitário, que cuidará da conscientização dos brasileiros sobre o tratamento de povos em conflitos armados. Atualmente, o Direito de Guerra é pouco ensinado nas escolas e seu ensino limita-se em boa parte ao Exército, onde soldados que compõem as forças de paz internacionais recebem treinamento do Comitê Internacional da Cruz Vermelha antes de serem enviados às missões.
"O conhecimento sobre a forma correta de lidar com a população desarmada, com os refugiados e rendidos é de extrema importância para que o trabalho das forças de paz seja eficiente", explicou Gérard Peytrignet, delegado regional do Comitê da Cruz Vermelha para o Cone Sul.
O País é um das últimas nações da América do Sul a instalar uma comissão específica para o cumprimento dos direitos de guerra. Para o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, além da conscientização sobre os abusos da guerra, a comissão terá importante papel no tratamento dos refugiados aceitos pelo Brasil, atualmente cerca de três mil pessoas. "Temos o desejo e a disposição de receber refugiados, mas é importante regularizar esse fluxo e evitar a favelização entre eles", disse.
Chefiado pelo embaixador José Antônio Guerreiro, do Ministério das Relações Exteriores, o grupo tem a participação de membros da Justiça, Educação, Defesa, Saúde, Cultura, da presidência da República, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Na cerimônia de abertura dos trabalhos da comissão, foi inaugurada simultâneamente a exposição fotográfica "Até a guerra tem limites", com trinta imagens de conflitos armados ocorridos em diversas partes do mundo.