Lucro da Caixa cresce 49%

11/02/2004 - 12h53

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Caixa Econômica Federal (CEF) registrou, no ano passado, lucro líquido de R$ 1,616 bilhão, com crescimento de 49,49% sobre o resultado obtido em 2002, que "já fora um ano positivo". O anúncio foi feito pelo presidente da CEF, Jorge Mattoso, comemorando que o saldo foi "extraordinário sob todos os pontos-de-vista", o que dá bem a idéia de "saúde financeira" da instituição.

O resultado, segundo ele, decorre do desempenho positivo nas diferentes áreas de atuação da Caixa, com destaque para as receitas de R$ 25,051 bilhões obtidas com operações de intermediação financeira. Valor que cobriu, com folga, as despesas de R$ 16,486 bilhões com as intermediações, gerando saldo de R$ 8,565 bilhões (25,71% a mais que o saldo de 2002).

A Caixa também obteve, em 2003, receitas de R$ 4,594 bilhões com prestações de serviços (aumento de 8,50%) e resultado operacional de R$ 2,199 bilhões (mais 40,91%). O lucro com prestações de serviços (tarifas bancárias, loterias e administração de fundos) foi suficiente para pagar todas as despesas de pessoal, que chegaram a R$ 4,030 bilhões no ano, e que tiveram aumento de apenas 4,38%, apesar da recomposição salarial provocada pela greve dos economiários no mês de setembro.

Jorge Mattoso disse que paralelo a isso houve melhora, também, no programa de racionalização de custos da CEF, com economia de R$ 284 milhões nos gastos e despesas da instituição no ano passado. Resultado acima da meta, que era de R$ 200 milhões. E, baseado nas perspectivas de crescimento econômico do país, Mattoso acredita que o programa "deve gerar economia em torno de R$ 350 milhões neste ano".

A Caixa encerrou 2003 com R$ 25,27 bilhões na carteira de empréstimos -- 11% a mais que no ano anterior --, o que equivale a quase 10% do total de operações de crédito no mercado. Mas o presidente da CEF acredita que o banco "ainda tem muito espaço" para aumentar a carteira de empréstimos, que neste ano pode chegar a R$ 42 bilhões, no seu entender, dependendo da evolução do mercado e da redução da taxa básica de juros.

Dos empréstimos, R$ 19,6 bilhões foram destinados ao comércio, enquanto indústria e serviços dividiram o resto, de acordo com Mattoso. Ele adiantou, ainda, que pela primeira vez, nos últimos dez anos, a Caixa contratou toda a dotação anual, de R$ 1,7 bilhão, para saneamento e infra-estrutura, contra aplicações de apenas R$ 216 milhões em 2002, e o segmento de habitação teve R$ 5,6 bilhões.