Brasília, 10/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - O Ministério da Agricultura anunciou hoje medidas para impedir a entrada da influenza aviária (gripe do frango), no Brasil. Entre elas, está a proibição de importação de aves e subprodutos americanos. Isso porque os Estados Unidos registrou um foco da doença, no último sábado.
No ano passado, o Brasil importou 1,2 milhões de material genético (aves e ovos), sendo que os Estados Unidos foram responsáveis por 60% desse montante. Segundo o secretário-executivo do ministério, Amauri Dimarzio, a proibição das importações não prejudicam o Brasil. "As empresas exportadoras estão localizadas em vários países do mundo. A mesma empresa dos Estados Unidos tem filial na Europa e pode exportar para o Brasil", afirma Dimarzio.
A partir de hoje, todo o material genético, proveniente de frangos, vindos de outros países só podem entrar pelos aeroportos de Cumbica (Guarulhos) e Viracopos (Campinas). "Noventa por cento desse material já entrava por esses aeroportos", acrescenta o secretário.
Outra medida é a implantação de detectores de matéria orgânica para o controle de bagagens e passageiros, nos aeroportos. Isso porque o vírus sobrevive por mais tempo dentro de matéria orgânica, como fezes de aves. A previsão é de que até junho, esses aparelhos estejam instalados. "Iremos aumentar também de dois para seis o número de veterinários presentes nos aeroportos, por meio de remanejamento", afirma Dimarzio.
Há ainda um plano de contingência, para o caso da doença entrar no país. Segundo o gerente do Programa Nacional de Sanidade Avícula, Egon Vieira, a primeira medida, em caso de surto da doença, é a interdição de propriedades e suspensão do trânsito de pessoas e animais, no local de foco.
O ministério quer também aumentar o número de laboratórios credenciados para a realização do diagnóstico sorológico do vírus. Atualmente, o Brasil tem dois laboratórios capacitados para diagnosticar a doença. Outra medida é adequar o laboratório Lara, em Campinas (SP), para a produção de antígenos para o diagnóstico. Para isso, serão importados os 15 subtipos do vírus, com o objetivo de produzir os antígenos e soros específicos utilizados no diagnóstico.
No próximo dia 19, 250 técnicos serão treinados em Campinas (SP), para identificar a doença. O Ministério pretende também divulgar material informativo sobre a gripe do frango para a população e cadeia produtiva.
Segundo o secretário, a expectativa de aumento das exportações de frango, com o surto da doença na Ásia e nos Estados Unidos, é de 15%. "Temos matéria prima para suportar o crescimento, sem aumento de preços ou desabastecimento do mercado interno", afirma Dimarzio.