Desembargador pede abertura de investigação contra juiz do Caso Naya

10/02/2004 - 17h58

Rio, 10/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio, desembargador Miguel Pachá, encaminhou hoje ao Conselho da Magistratura, pedido de investigação de denúncias de irregularidades na condução do processo do Edifício Palace II, pelo juiz Alexander Macedo. O órgão é encarregado de investigar irregularidades cometidas por juízes.

"Mandei para o Conselho da Magistratura diversos recortes de jornais, com denúncias contra o juiz e também um longo dossiê que ele preparou, respondendo todas as acusações. Fiz isso porque aqui não passamos a mão na cabeça de ninguém", afirmou.

No longo dossiê, de quase 300 páginas, o juiz explica as suspeitas levantadas contra ele. A principal delas é que desbloqueou os bens de Sérgio Naya. O juiz esclarece que apenas cinco bens foram vendidos, com autorização do Ministério Público e dos advogados das vítimas e o dinheiro foi usado para pagar as indenizações de dezenas de moradores.

Sérgio Naya, de acordo com o juiz Alexander Macedo, ainda dispõe de centenas de imóveis em todo o Brasil e esses bens são mais do que suficientes para pagar as vítimas que ainda não foram indenizadas.

O juiz também esclareceu que outras denúncias apontam que ele teria vendido bens de Naya para amigos do ex-deputado. "Se um bem bloqueado pela Justiça é colocado à venda, qualquer pessoa pode comprá-lo. O fato de ser amigo de alguém não é impedimento legal para venda. O importante é o dinheiro para pagar as indenizações", explica no dossiê.