Flávio Dieguez
chefe da sucursal de São Paulo
São Paulo - A competência e a competividade que a Embraer exibe atualmente — colocando a indústria aeronáutica brasileira entre as primeiras do mundo — deve muito à valorização da educação como fator de desenvolvimento econômico. Essa é a opinião do vice-presidente executivo de Comunicação Empresarial da Embraer, Horacio Aragonés Forjaz, que hoje participou do lançamento do novo jato bi-motor da empresa, o Embraer 190, em São José dos Campos, SP. O novo aparelho é o terceiro de uma família muito bem sucedida, do ponto de vista tecnológico e comercial: o Embraer 170 e Embraer 175, já oeracionais, e o Embraer 195, ainda em desenvolvimento.
"Tudo isso começou muito ligado à educação, no final da década de 40", diz Forjaz, "quando um grupo de visionários acreditou que era preciso, antes de mais nada, investir na formação de engenheiros de alta qualificação". De lá para cá, conta o executivo, a evolução da indústria brasileira tem sido motivo de surpresa entre os especialistas internacionais. "É um caso único na história, não apenas no Brasil, mas no mundo todo. Já fui convidado para palestras, na Europa, nas quais os participantes queriam saber como um país em desenvolvimento, como o Brasil, foi capaz de criar uma indústria aeronáutica que hoje disputa o terceiro lugar no mundo".
A mais nova família da Embraer é um exemplo da capacidade atual da empresa, diz Forjaz. Ela começou a nascer em 1998. A Embraer fez, então, uma ampla consulta aos mercados internacionais e constatou que havia um nicho importante entre os jatos de passageiros com capacidade entre 70 e 100 lugares.
Os aparelhos existentes eram desconfortáveis e com desempenho inferior aos grandes aviões comerciais, como o Airbus, e esses últimos estavam voando semi-vazios, em decorrência da crise econômica. "No cenário pós-crise, era uma situação inviável e decidimos iniciar a série assim que tivéssemos um cliente seguro para os novos aviões".
Hoje a Embraer tem compradores certos para 245 unidades da família, em conjunto, e 305 opções de compra, que podem ou não se materializar. A expectativa é positiva, em vista da alta qualidade e desempenho dos aviões. Para se ter um idéia, o Embraer 190 é, atualmente, o único de sua categoria a incorporar um sistema de vôo inteiramente eletrônico. De fato, ele se destaca mesmo fora da categoria. "Só o Airbus tem um sistema equivalente, nesse momento", diz Forjaz.