Brasília, 9/2/2004 (Agência Brasil - ABr) -"Pela camisinha não passa nada. Use e confie". Esse é o slogan da campanha de prevenção à Aids do carnaval de 2004, lançada hoje pelo Ministério da Saúde (MS), em Brasília. A campanha deste ano será direcionada aos homens de 18 a 39 anos das classes C, D e E, faixa em que o uso do preservativo é menor, e enfatizará a segurança do preservativo.
Uma pesquisa feita no ano passado pelo Ibope para o Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/Aids) mostrou que 15% da população sexualmente ativa, aproximadamente 14 milhões de pessoas, não acredita totalmente que a camisinha barra o vírus da aids. A mesma pesquisa mostrou que das pessoas que não usam preservativo, 45% afirmaram que não gostam, usam outro método anticoncepcional ou não confiam no preservativo.
Segundo o ministro da Saúde Humberto Costa, esses seriam os principais motivos para focar a campanha de 2004 na segurança da camisinha: "Nós procuramos focar a campanha este ano nessas pessoas que não usam porque não tem absoluta confiança no uso do preservativo ou porque o consideram um incômodo. Então a campanha procura reforçar exatamente a segurança que o preservativo tem", afirmou.
Desde o último domingo, uma forte campanha de mídia que custou R$ 5 milhões começou a ser veiculada nos principais meios de comunicação do país. No filme publicitário, dois rapazes conversam num bar sobre o uso da camisinha e um deles abre uma lata de bebida e vira o líquido dentro do preservativo, que infla, mas não estoura nem vaza. A mesma idéia é repetida nos cartazes da campanha, onde um peixinho nada numa camisinha cheia de água.
Questionado sobre a resistência que a igreja faz todos os anos às campanhas de incentivo ao uso da camisinha promovidas pelo governo, Costa afirmou que respeita os princípios religiosos de todas as pessoas e a forma de atuar de todas as igrejas, mas que a sua preocupação, como gestor público, é com a saúde da população e com o que é cientificamente comprovado, como o fato de que a camisinha é absolutamente segura para evitar a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis.
O MS distribuirá este ano um número recorde de camisinhas, 10 milhões para os três dias de folia. As maiores quantidades irão para os estados de São Paulo (2 milhões), Rio de Janeiro (1 milhão), Pernambuco (900 mil) e Bahia (800 mil).