Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São José dos Campos (SP) - Com um potencial de exportação de US$ 15 bilhões ao longo dos próximos dez anos e geração de três mil empregos diretos, está sendo apresentado hoje pela Embraer o jato bi-motor Embraer 190 (ERJ 190-100). O modelo já é lançado com 100 pedidos firmes para a JetBlue Airways, dos EUA, totalizando US$ 3 bilhões.
Opções para outras 100 aeronaves do mesmo tipo já foram contratadas. Se forem convertidas, elevarão esse valor para US$ 6 bilhões. Além dos pedidos do cliente lançador, há dez encomendas de cliente não divulgado e150 opções de compra. A Embraer espera entregar 160 aeronaves em 2004.
Com capacidade para até 108 passageiros, o avião faz parte de uma família de jatos comerciais desenvolvida para rotas curtas e médias que engloba ainda os modelos Embraer 170, Embraer 175 - já lançados - e o Embraer 195. O programa é considerado pelo presidente da Embraer, Maurício Botelho, como o mais complexo e desafiador já desenvolvido pela empresa, por reunir qualidade, desempenho, baixos custos de operação e conforto para os passageiros. "O diferencial dessa aeronave, a maior já produzida no Brasil, é a generosa distância de 81 cm entre as fileiras de assentos", afirmou em entrevista coletiva pouco antes da cerimônia de apresentação ERJ 190-100.
Segundo Botelho, o Embraer 190 possui todos os atributos necessários para ajudar a fortalecer a posição competitiva do Brasil nos mercados globais, ajudando a manter a Embraer em desenvolvimento."Nós acreditamos que a constante busca pelo desenvolvimento de produtos de excelência na Embraer permitiu à companhia projetar um modelo de aeronave que excederá as expectativas dos operadores mais exigentes", salientou.
O projeto, com custo global de US$ 850 milhões, foi desenvolvido com o apoio de 16 parceiros e 22 fornecedores principais no programa responsáveis pelo projeto e fornecimento dos segmentos estruturais e principais sistemas dos aviões. Na parte estrutural, participam do programa a Kawasaki Heavy Industries, do Japão, a Sonaca, da Bélgica, a Latécoère, da França e a Gamesa, da Espanha. Os responsáveis pelos sistemas foram a Hamilton Sundstrand, Honeywell e Parker, dos EUA.
Para o CEO da JetBlue Airways, David Neeleman, o Embraer 190 se encaixará bem na estratégia de expansão para os mercados onde a empresa ainda não atua. Segundo ele, a utilização do jato permitirá à empresa ampliar o número de rotas, atingindo mais de 100 cidades. "Só a partir de Nova York serão 50 cidades para onde voaremos", disse. "Após a entrega da primeira unidade, a JetBlue estará em condições para continuar prestando serviços de qualidade superior sem comprometer nossa filosofia de baixos custos", completou.