Inpa comemora nascimento de mais um filhote de peixe-boi em cativeiro

06/02/2004 - 10h17

Brasília, 6/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - Ele é macho, pesa 12 quilos, mede 86,5 cm de comprimento e passa muito bem. Por enquanto, ainda não tem nome, mas o nascimento em cativeiro do quarto filhote de peixe-boi amazônico (Trichechus inunguis), no Laboratório de Mamíferos Aquáticos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), foi uma verdadeira vitória no controle e reprodução da espécie ameaçada de extinção. O projeto é pioneiro e o único do mundo com registros de nascimentos deste mamífero em cativeiro.

Boo, peixe-boi fêmea de 30 anos e a mais velha das quatro em idade fértil no Laboratório, começou o trabalho de parto na madrugada da última terça-feira. A partir daí, os pesquisadores ficaram de vigília para acompanhar cada mudança em seu comportamento. A primeira mamada do filhote aconteceu menos de três horas depois do seu nascimento o que, segundo o veterinário Anselmo D’Affonsêca, é muito importante para o fortalecimento do sistema imunológico.

Na quarta-feira, os pesquisadores fizeram a pesagem e medição do filhote e coletaram o leite da mãe para verificar sua composição. Além de um dado científico importante, essa informação servirá de base para elaborar uma dieta artificial para os peixes-bois que chegam até o laboratório do Inpa por meio de apreensões.

O quarto nascimento de filhote de peixe-boi em cativeiro é uma conquista significativa, na opinião do pesquisador do Inpa, Fernando Rosas, que está no projeto desde 1981. "Acompanhamos todo o processo, da concepção ao nascimento, e por isso estamos muito emocionados. É um passo gigantesco para evitar que essa espécie seja extinta", assinalou.

Ele explica que o próximo passo é reintegrar os animais ao meio natural, uma tarefa que exigirá um abrangente trabalho de conscientização e, mesmo assim, sem garantias de sucesso. Uma possibilidade estudada pelos pesquisadores é a de soltar os mamíferos em locais que funcionam como semi-cativeiros: fazendas particulares com grandes lagos e farta alimentação para os herbívoros.

(As informações são da Ascom/Inpa