IBGE: mecânica foi o setor que mais se expandiu em 2003

06/02/2004 - 11h26

Rio, 6/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - O setor de mecânica foi o que mais se expandiu em 2003 com crescimento de 8,9% no ano, impulsionado por itens como tratores agrícolas e motores a diesel. A metalúrgica, com alta de 4,5% e a extrativa mineral, com crescimento de 2,4%, também tiveram impacto relevante sobre o resultado global da indústria brasileira, que fechou o ano passado com crescimento de apenas 0,3%, o pior desempenho desde 1999 (-0,7%), segundo a Pesquisa Industrial Mensal divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No sentido oposto, entre as 11 indústrias com queda as que mais pressionaram a taxa global foram vestuário e calçados, com -12,5%, produtos alimentares, com -2,7%, farmacêutica, com -18,5%, e têxtil, com -6,9%.

Por categoria de uso, segundo a pesquisa, a liderança na produção industrial de 2003 foi conferida aos bens intermediários. O coordenador da Indústria do IBGE, Sílvio Sales, explica que "o resultado reflete o comportamento favorável dos setores mais articulados à agroindústria e às exportações, assim como na manutenção do crescimento da extração de petróleo e gás natural, a produção de bens intermediários aumentou 1,6%".

Ainda de acordo com a pesquisa, os bens de capital também superaram a média global, com alta de 1%. O destaque foi o comportamento positivo dos produtos da indústria mecânica, com crescimento de 9%. Em contrapartida, o desempenho de bens de consumo foi negativo (-4,4%), especialmente o do setor de bens de consumo semiduráveis e não-duráveis (-5,5%), que depende diretamente da evolução da massa salarial.

"O índice para bens de consumo duráveis, de -0,5%, ainda que negativo, mostrou uma significativa recuperação ao longo do ano, o que também aconteceu com os bens de consumo duráveis, que, após uma queda de 4,3% no primeiro semestre, registraram aumento de 3,1% na segunda metade do ano, apoiados na melhoria das condições de crédito", explicou Sales.