Ouvidor diz que são fortes os indícios de tortura em universitário

05/02/2004 - 12h39

Rio, 5/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - A Comissão Especial do Conselho de Defesa da Pessoa Humana se reuniu hoje pela manhã com os pais do universitário Rômulo Batista de Melo, morto durante a transferência de uma delegacia do município de Cabo Frio, região dos lagos, para um hospital, em Maricá, na Assembléia Legislativa do Estado. O rapaz , de 21 anos, ficou seis dias preso na delegacia após se envolver num acidente de carro em Cabo Frio, e faleceu no dia 27 de janeiro com traumatismo craniano. As fotos apresentadas pela Corregedoria do Estado revelam que ele tinha várias escoriações no corpo.

Para o ouvidor da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, Pedro Montenegro, que coordena os trabalhos da Comissão Especial, os indícios de tortura são muito fortes, não só pelas informações médicas mas também pelos depoimentos do pais de Rômulo, o que descarta totalmente a hipótese de auto-lesão levantada pela polícia.

De acordo com ouvidor, "não é a primeira vez que essa hipótese é levantada para cobrir a ação de agentes do Estado de prática de tortura e espancamento de pessoas sob a guarda do Estado". Ele considera o caso "gravíssimo" e disse que "estamos presenciando um filme de horror".

Essa é a segunda vez que a Comissão Especial vem ao Rio de Janeiro. A primeira foi em meados de dezembro do ano passado por causa da morte do comerciante chinês Chan Kim Chang, vítima de tortura pela polícia.