Oposição apóia plano de Sharon para retirar israelenses de Gaza

05/02/2004 - 11h22

Jerusalém - O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, falou da possiblidade de realização de um plebiscito para questionar a população sobre o plano desmonte de todos os assentamentos judeus da Faixa de Gaza. E recebeu apoio da oposição para qualquer iniciativa que leve à paz.

Os partidos de direita que integram a coalizão governista e vários integrantes do partido de Sharon, o Likud (direita nacionalista), são contra a proposta, anunciada no início desta semana.

Dez deputados do Likud mandaram uma carta ao primeiro-ministro nessa quarta-feira em que pedem que o assunto seja submetido a votação interna partidária antes de virar política do governo.

Ariel Sharon estuda outras alternativas para levar adiante a iniciativa, entre elas a possibilidade de mudar a composição de sua aliança ou mesmo convocar eleições parlamentares antecipadas.

No entanto, o líder da oposição israelense, Shimon Peres, prometeu ajudar o primeiro-ministro Ariel Sharon a sobreviver a qualquer rebelião dos seus aliados que se oponham ao plano de evacuação.

"Estamos preparados para apoiar o governo, inclusive sem tomar parte dele, sempre que ele proponha abrir um caminho para a paz", disse Peres nessa quarta-feira, respaldado pela confirmação do nome dele como líder do partido Trabalhista, de centro-esquerda, até 2005.

Mais apoio

O primeiro-ministro palestino, Ahmed Qorei, qualificou a proposta de Sharon de "boa notícia" e aproveitou para pedir a Israel que se retire de todos os territórios palestinos da Cisjordândia e de toda a Faixa de Gaza.

Os assesores de Sharon e de Qorei planejaram mais conversações, visando a um encontro dos dois líderes que não se vêm desde novembro, quando Qorei assumiu o governo palestino.

Sharon surpreendeu a todos quando na segunda-feira revelou, diante do parlamento israelense detalhes sobre a desocupação da Faixa de Gaza, onde 7.500 assentados ocupam 21% do território em que vivem 1,3 milhão de palestinos. Ele explicou que a retirada total dos colonos levaria entre um e dois anos."Sei que é difícil, mas eu tomei essa decisão", disse.

O ministro de Relações Exteriores de Israel, Silvan Shalom, disse que a decisão de Sharou poderia provocar o rompimento da coalizão e provocar antecipação das eleições. O mandato de Sharon termina só em 2007.

Mas, o vice-primeiro-ministro Ehud Olmert, garante que a proposta terá maioria tanto no governo como no Parlmento.

Segundo pesquisa recente, citada pela CNN, 59% dos israelenses apóiam o plano de Sharon.

Os jornais israelenses afirmam que, dentro de dois meses, o primeiro-ministro vai submeter a proposta a uma votação dentro de seu gabinete de ministros.

As informações são da CNN e da Rádio BBC