Caio Barbiere e Rosamélia de Abreu
Repórteres da Agência Brasil
Brasília, 5/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - O sucesso do cinema nacional dentro e fora do país não está rendendo apenas indicações ao Oscar como no filme Cidade de Deus, de Fernando Meireles. Além do reconhecimento, o cinema nacional finalmente conseguiu resgatar a memória audiovisual ao preservar os primeiros filmes brasileiros que estavam correndo o risco de desaparecer.
A Cinemateca , com o apoio da Petrobras, realizou o primeiro censo cinematográfico brasileiro do período de 1897 a 1970. São mais de 21 mil registros com informações sobre longas e curtas metragens, cinejornais e filmes domésticos que corriam o risco de se perder e agora estão à disposição de pesquisadores, especialistas, produtores e amantes do cinema. O projeto Censo possibilitou o exame técnico de seis mil rolos de filme e a duplicação de 240 mil metros de matrizes preto e branco em 35 mm.
Para o diretor adjunto da Cinemateca Brasileira, Guilherme Lisboa, o censo permitiu a restauração, preservação, documentação e catalogação de todo o patrimônio audiovisual. "O filme, quando não é conservado em condições de temperatura e umidade relativa do ar especificos, se deteriora. É a morte do filme", afirma. Em 2001, a Cinemateca Brasileira construiu quatro arquivos climatizados que hoje abrigam 100 mil rolos de filmes, informou Lisboa.
Segundo o ator Caio Blat, que participou do filme Carandiru, uma das grandes produções nacionais, o trabalho da cinemateca preenche um vazio que existia na história cinematográfica brasileira. "Eu acho importantíssimo esse resgate porque para a minha geração, por exemplo, existe uma vazio, um espaço em branco da nossa história cinematográfica. São muito poucas obras que a gente conhece", emociona-se o ator.
A Cinemateca deve concluir o trabalho em 2005, quando as informações e toda a produção cinematográfica brasileira estarão disponíveis. Os interessados podem acessar a página da cinemateca na internet no endereço www.cinemateca.gov.br.