Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio - O presidente da Gaspetro, subsidiária da Petrobrás, Djalma Rodrigues, admitiu hoje, em reunião na Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro, que houve falha da Petrobrás na questão do gás no Nordeste porque o planejamento não previu que as usinas iam operar com 100% de capacidade e não havia gasodutos suficientes para carregar o gás para aquela região.
"Não existe falta de gás", afirmou Rodrigues, esclarecendo que "o que houve foi uma falta de estrutura para entregar o combustível". O Presidente da Gaspetro avaliou que "o episódio serviu para aprendermos uma lição, a de que não se pode confiar apenas nas estatísticas". A empresa planejou que iria operar com menos de 100%, baseando-se nos números das chuvas, explicou.
Ele defendeu a definição dos projetos de gasodutos como investimentos em infra-estrutura, e não como atividade comercial, conforme ocorre atualmente, para que a Petrobrás possa ter melhores condições de crédito junto ao Banco Nacional de Desenvolvimetno Econômico e Social e outros órgãos de financiamento. A iniciativa, porém, depende de mudança na legislação.
Quanto à proposta de alteração da lei boliviana, que poderá introduzir um imposto de até 50% sobre a distribuição de gás, Djalma Rodrigues, afirmou que a medida não deverá alterar o preço do gás no Brasil pelo fato de o contrato com a Bolívia prever um preço já estipulado. Se houver prejuízos, eles deverão afetar os produtores bolivianos, disse o presidente da Gaspetro.