Recursos da Lei Agnelo/Piva cobrem um terço do que Comitê Olímpico precisa

03/02/2004 - 12h19

Wellington Campos
Repórter da Agência Brasil

Rio, 3/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) fez hoje, no auditório da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, a prestação de contas dos recursos obtidos pela Lei Agnelo/Piva, que destina aos esportes olímpicos 2% do dinheiro arrecadado pelas loterias. O Fundo Olímpico recebeu em 2003 R$ 55.807.382,12 (100%) que foram divididos entre Esporte Escolar (10%) - R$ 5.581.224,60, Esporte Universitário (5%) - R$ 2.790.612,07 e COB (85%) - R$ 47.435.545,45.

Segundo o presidente do comitê, Carlos Arthur Nuzman, os recursos representam um terço do que o COB precisa para o pleno desenvolvimento do esporte olímpico. "Estes recursos são insuficientes, mas precisamos agradecer ao ministro Agnelo Queiroz e ao presidente Lula. Lá em Brasilia, todos estão empenhados em melhorar os recursos. Precisamos ajudar os esportes olímpicos e não olímpicos, os clubes de futebol, o projeto Segundo Tempo, do governo federal, e os atletas. Várias loterias estão sendo desenvolvidas para ajudá-los", disse Nuzman.

Dos R$ 47.435.545,45 recebidos pelo COB, 29,9% foram gastos com passagens; 21,9%, com realização e participação de eventos no Brasil e no exterior; e 18,7% para preparação técnica e outras despesas. As confederações ficaram com quase R$ 30 milhões em 2003.

O futebol ficou fora da divisão do dinheiro. Nuzman explicou que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) terá que aceitar a prestação de contas junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) para receber os recursos da Lei Agnelo/Piva, como acontece com outras confederações. A CBF será procurada para uma explicação detalhada de todo o processo de recebimento e prestação de contas do dinheiro recebido, conforme exige a própria lei.

A CBF manifestou interesse em destinar a parte que coube a ela a repasses aos clubes que sustentam esportes olímpicos. O dinheiro, no entanto, não entraria nos cofres dos clubes, indo direto para o governo federal para quitar dívidas fiscais como Imposto de Renda e Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).