Cesta básica fica mais cara em 16 capitais do país

03/02/2004 - 14h46

São Paulo, 3/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - Os preços dos produtos que compõem a cesta básica aumentaram, no mês de janeiro, em 16 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). A maior oscilação ocorreu em Natal (RN), com 10,49%, e a menor, 0,86%, em Curitiba.

Porto Alegre continua figurando como a capital onde a cesta é a mais cara do país, R$ 172,05. Em janeiro, os produtos da cesta gaúcha apresentou elevação de 1,74% e, no ano, acumula reajuste de 4,29%, consumindo 77,63% do maior valor do salário mínimo líquido vigente.

A segunda cesta mais cara é a de São Paulo, que estava custando R$ 171,03, ou 3,79% acima do valor de dezembro, e 5,06% maior do que o valor registrado em janeiro do ano passado. O Rio de Janeiro aparece logo a seguir, com a cesta de compras valendo R$ 166,88, 6,93% mais cara do que em dezembro. Na variação anual a cesta fluminense, aparece na tabela comparativa como a de maior alta, 10,71%. Em Brasília, houve aumento de 7,15% na oscilação mensal, com a cesta valendo R$ 166,39.

De acordo com os cálculos do Dieese, para adquirir os itens da cesta, seria necessário um salário mínimo de R$ 1.445,39, 6,02 vezes o mínimo vigente, que é de R$ 240,00. Entre os produtos, o tomate aparece como vilão, tendo chegado aos mercados de Brasília com alta de 101,89% e, do Rio de Janeiro, 101,82%. Em Goiânia, Salvador e Vitória, o reajuste superou a marca dos 50% e a menor remarcação foi em Porto Alegre, com 1,73%.

A carne também contribuiu para a alta, com o preço reajustado em 14 capitais. As maiores altas ocorreram em João Pessoa (10,82%), Florianópolis (7,38%) e Fortaleza (7,19%). Houve baixa apenas em Aracajú, (-2,56%) e Curitiba (7,17%). Uma das justificativas para o aumento, que se constata desde o início do segundo semestre do ano passado é a alta cotação do produto em dólar, já que a carne bovina tem grande demanda no comércio exterior. Além disso, há a entressafra, com queda da produção, no período de junho a setembro. Os técnicos do Dieese, destacaram também que, com o mal da "vaca louca" nos Estados Unidos, os produtores nacionais passarão a ter mais opção de vendas.

O preço do arroz teve alta em 14 capitais e, por causa da chuva, o feijão também ficou mais caro em nove de dez acompanhamentos de preços realizados. O café foi reajustado em 12 capitais.