Blair abre inquérito para apurar informações sobre armas iraquianas

03/02/2004 - 10h11

Londres - O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, disse hoje que ordenou a abertura de um inquérito para apurar a veracidade das informações fornecidas pela inteligência do país a respeito da posse, pelos iraquianos, de armas de destruição em massa.

Com essas informações, o governo britânico justificou a invasão do Iraque em março de 2003.

Desde que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anunciou, na segunda-feira, investigações sobre o trabalho realizado pela inteligência norte-americana antes da guerra, Blair tem estado sob forte pressão para mandar investigar também a inteligência britânica.

Antes da guerra, Blair havia declarado que o Iraque representava uma "séria e atual" ameaça e que continuava produzindo armas químicas e biológicas.

Hoje, em audiência na Câmara dos Comuns do parlamento britânico, o primeiro-ministro admitiu que havia questões vinculadas ao trabalho da inteligência que poderiam ser investigadas. "Eu concordo que investiguemos se as informações que recebemos eram fiéis ou não", disse.
Ele insistiu, no entanto, que o Iraque chegou a ter armas com poder de destruição em massa, antes da guerra.

"Digo simplesmente que seja o que for que possamos descobrir como resultado desse inquérito, eu não aceito que foi errado derrotar Saddan Hussein e que o mundo não esteja melhor e mais seguro".

Em resposta à pergunta se ainda respaldava a informação da inteligência britânica usada pelo governo para justificar a guerra, Blair disse: "não é uma questão de mudar de posição, é o caso de reconhecer que ainda que tenha havido provas sobre programas e sobre a capacidade iraquiana de produzir armas de destruição em massa, as armas propriamente ditas não foram encontradas no Iraque.

A rádio BBC informa que é provável a participação de representantes dos três principais partidos políticos britânicos - Conservador, Trabalhista e Liberal Democrata - na comissão de inquérito.

As informações são da CNN