BB recebe pedido de financiamento para comercialização de leite dos fornecedores da Parmalat

03/02/2004 - 16h45

Rio, 3/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - A Secretaria estadual de Agricultura mantém entendimentos com o Banco do Brasil para viabilizar outras alternativas de socorro às cooperativas de leite fluminenses, afetadas pela crise da multinacional Parmalat. O objetivo é que possam ser atendidas as entidades de pequeno porte, em situação mais crítica.

O secretário Christino Áureo revelou que pediu à direção do BB que, além das operações de Empréstimos do Governo Federal, concedidas pelo Ministério da Agricultura, por meio do BB, para financiamento à estocagem,cujo valor foi elevado de R$200 milhões para R$300 milhões, sejam dados créditos também para comercialização.

A partir dos contatos com a direção do BB, Áureo avaliou que há 90% de chances dessas operações de comercialização serem disponibilizadas para os pequenos produtores de leite do Norte e Noroeste do estado. O secretário pediu ao BB que sejam concedidas duas excepcionalidades.

A primeira se refere ao limite de crédito, tendo em vista o fato de o risco nas operações de custeio ser reduzido em função dos próprios estoques físicos de produtos terem liquidez no mercado reconhecida. A segunda excepcionalidade objetiva permitir que os valores alocados pelo banco no estado, da ordem de R$5 milhões, em NPR-Notas do Produtor Rural, sejam desdobrados indistintamente para estocagem e comercialização.

Áureo acredita que a assinatura amanhã (4) com a Superintendência do BB no Rio de Janeiro da primeira operação de estocagem com a Cooperativa de Barra Mansa poderá representar um avanço para a extensão do crédito à comercialização das pequenas cooperativas de leite.

Ele disse, ainda, que o governo fluminense está trabalhando para a instalação imediata do colegiado que irá assumir a direção da fábrica da Parmalat em Itaperuna, conforme determinou liminar do juiz Rubens Rabelo Casara, da Segunda Vara da Comarca de Itaperuna.

Dos cinco integrantes do colegiado, dois já foram indicados: Paulo Renato Marques, executivo da área de finanças, pelo Estado; e Moacyr Seródio, pelas cooperativas.

Restam, ainda, os representantes da fábrica da Parmalat, da empresa e dos municípios atingidos pela crise. O colegiado deve apresentar ao juiz, no prazo de 30 dias, o cronograma mensal de pagamento aos credores e o plano de administração da unidade.