Porto Alegre, 3/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - Agricultores ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), e já assentados no Rio Grande do Sul, voltaram hoje a interromper a BR-293, no trevo de acesso a Hulha Negra, na fronteira sul do estado. Os agricultores, cerca de 800, reivindicam audiência com o governo federal para reclamar verbas para recuperar 145 quilômetros de estradas nos assentamentos da região da Campanha gaúcha, e construir mais 150 quilômetros de rodovias para facilitar o escoamento da produção de leite, responsável por 90% da renda de 1,8 mil famílias que vivem no local.
De acordo com o MST, 12 assentamentos não possuem estradas de acesso e 19 não têm energia elétrica. Os agricultores reclamam ainda que nos 56 assentamentos da região há falta de escolas e postos de saúde. Os agricultores, que prometem manter o bloqueio até que propostas concretas sejam apresentadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e pelo governo do estado, estudam também a realização de uma marcha até a usina de Candiota, na mesma região, onde definiriam o futuro da manifestação.
O superintendente do Incra no estado, César Aldrighi, admite que a reivindicação dos assentados em Hulha Negra, Candiota e Aceguá, é justa, uma vez que há 150 quilômetros de estradas nos assentamentos da região que precisam ser refeitos. Ele disse, no entanto, que o Instituto não dispões dos R$ 8 milhões necessários para realizar as obras. Aldrighi disse que conversou hoje com a Presidência do Incra sobre o assunto e que aguarda representantes dos assentados para encontro.