Fortuna do presidente da Parmalat pode explicar crise na empresa, suspeita justiça italiana

01/02/2004 - 11h30

Agência Brasil
com informações da Agência Lusa

Brasília - A justiça italiana investiga fortuna pessoal do fundador da Parmalat, Calisto Tanzi, por acreditar que poderá dar importantes pistas sobre o colapso financeiro da empresa, noticia domingo o jornal "Corrieri della Sera".

"Os buracos na caixa [da Parmalat] são largamente superiores aos prejuízos das empresas do grupo", afirmou um magistrado ao jornal italiano, sugerindo que os 14 bilhões de euros (aproximadamente R$ 50 bilhões), que faltam nas contas da Parmalat, e que poderiam ter suprido parte das perdas das suas subsidiárias, foram utilizados por Tanzi para aumentar a sua fortuna.

A suspeita de desvio de fundos para fins de "enriquecimento pessoal" é "reforçada pelo fato de que, quanto mais se aproximava o desastre [financeiro], mais o dinheiro desaparecia", salientou a mesma fonte, aludindo também a uma "gestão desastrosa" da Parmalat.

O maior grupo agro-alimentar de Itália decretou falência no final de dezembro do ano passado, depois de ter sido detectado nas suas contas um buraco financeiro de sete bilhões de euros (cerca de R$ 25 bilhões), que se descobriu posteriormente atingir o dobro desse valor.