Rio, 29/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente do BNDES, Carlos Lessa, admitiu hoje temer que o orçamento de desembolsos previsto para 2004, da ordem de R$ 47,3 bilhões, não possa ser demandado em sua totalidade.
Inquirido se o almoço ocorrido hoje na sede da instituição, que reuniu 56 empresários de variados setores da economia, visava incentivá-los a apresentarem projetos ao banco, Lessa respondeu com bom humor que "os empresários não respondem apenas a um almoço porque, se fosse administrável a decisão do empresário com um almoço, eu propunha um orçamento de R$100 bilhões!
O encontro da diretoria do BNDES com as lideranças empresariais teve por objetivo informar como o banco está vendo o ano de 2004. O representante do setor privado no Conselho de Administração do BNDES, Eugênio Emílio Staub, presidente da Gradiente, destacou o ineditismo da reunião porque foi a primeira vez que um banco de desenvolvimento chamou seus clientes potenciais para explicar o que pretende fazer e para apresentar suas diretrizes. "É um novo tipo de diálogo que marca a mudança da relação do BNDES com o mercado, num processo aberto de integração com o objetivo único que é o desenvolvimento", analisou.
Lessa afirmou que o encontro representa uma ação de fomento, para estimular os empresários a apresentarem projetos de investimento. Na sua opinião, o cenário macroeconômico do país é promissor e vai propiciar a vinda das empresas ao BNDES.
Ele confessou sua animação nesse sentido, enfatizando que todos os indicadores sinalizam nessa direção: em 2003, comparativamente a 2002, os desembolsos do BNDES cresceram 6%, atingindo R$33 bilhões, enquanto as aprovações aumentaram 17%, os enquadramentos 34% e as consultas 14%. "Isso significa que para este ano tem mais elementos de crescimento do que tivemos em 2003". Somente na área de telecomunicações, os desembolsos previstos totalizam R$7 bilhões, informou.