Calendário de queimadas evitará incêndios em Roraima

29/01/2004 - 16h07

Brasília, 29/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - Para evitar a repetição de incêndios florestais que nos últimos anos atingiram o estado de Roraima, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) adotou uma série de ações preventivas realizadas pelo Ibama no estado. A mobilização, que começou em setembro por intermédio do Programa de Prevenção e Controle de Queimadas e Incêndios Florestais (Proarco), servirá de modelo aos demais estados da Amazônia Legal.

Pela primeira vez os agentes do fogo de Roraima participaram da elaboração de um calendário de queima controlada para fins produtivos - de dezembro/2003 a abril/2004. Dez mil calendários com a programação serão distribuídos no estado.Todas as queimadas este ano devem obedecer ao calendário definido em outubro.

Também pela primeira vez, as queimadas em Roraima são orientadas e acompanhadas por Grupos de Queima Controlada - formados por famílias de agricultores devidamente treinados e equipados pelo Ibama. Pelo menos 960 famílias serão habilitadas para trabalhar na prevenção e usar o fogo controlado, em seis municípios com altos índices de focos de calor e considerados prioritários para as atividades de prevenção: Alto Alegre, Amajari, Cantá, Caracaraí, Iracema e Mucajaí.

A operação está conseguindo reduzir os incêndios no estado. Nos primeiros 26 dias do mês, foram detectados por satélites cerca de 30 focos de calor nas terras indígenas de São Marcos e Raposa Serra do Sol. As equipes itinerantes do Ibama e da gerência executiva na capital, Boa Vista, emitiram 535 autorizações de queima em dez municípios.

Roraima foi escolhida para piloto do "Plano de Mobilização Social - Prevenção e Combate a Incêndios Florestais" por ser o estado mais vulnerável a incêndios na Amazônia Legal. A prática de queima descontrolada nas atividades produtivas do estado, agravada pelo clima extremamente seco de fevereiro ao início de abril, provocava graves desastres ambientais. O primeiro grande incêndio em Roraima ocorreu em 1998. Em 2001 e 2002 incêndios destruíram parte da vegetação nativa do estado, o que voltou a se repetir, em grandes proporções, no início de 2003, quando áreas indígenas também foram atingidas. (Ascom MMA)