Belo Horizonte, 29/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente em exercício, José Alencar, disse hoje que tudo será feito para que as investigações ocorram de forma rigorosa até que sejam identificados os responsáveis pelo assassinato de três auditores fiscais e de um motorista do Ministério do Trabalho em Unaí, noroeste de Minas Gerais.
Em companhia do ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, do secretário de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, e do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, o presidente em exercício participou do velório das vítimas, na sede do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA), em Belo Horizonte.
José Alencar disse que relatou o fato ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na noite de ontem. Segundo ele, Lula, que está em Genebra, na Suíça, ficou consternado com a notícia e pediu que Alencar levasse sua solidariedade às famílias.
O presidente em exercício ressaltou que o poder público não pode se intimidar diante de um crime como esse. "O trabalho dos auditores fiscais do trabalho, assim como o dos demais funcionários públicos, tem que continuar a ser realizado, ainda que seja necessária uma escolta policial para protegê-los", disse.
Para o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, este não foi um atentado apenas contra os quatro servidores do Ministério do Trabalho, mas contra a atuação do próprio Ministério. Segundo ele, a fiscalização na região onde ocorreu o crime vai continuar. "Nós temos que deixar claro que onde houver este tipo de ação a fiscalização será intensificada e, a partir de agora, os fiscais estarão mais atentos a qualquer tipo de ameaça", disse Berzoini.
Os auditores assassinados estavam na região de Unaí desde segunda-feira e fiscalizavam as condições de trabalho dos agricultores contratados para a colheita da safra de feijão. Eles foram assassinados ontem, por volta das oito horas, quando o carro em que estavam foi parado em uma emboscada.
Os corpos dos fiscais Erastótenes de Almeida e João Batista Soares serão enterrados daqui a pouco, no Cemitério da Colina, em Belo Horizonte. O corpo do fiscal Nelson José da Silva será enterrado em Rio Preto, interior de Minas Gerais, e o do motorista Ailton Pereira de Oliveira, em Prudente de Morais, também no interior do Estado.
O presidente em exercício e os ministros estão retornando para Brasília.