Restaurada, Fortaleza de Santa Cruz é entregue à população

28/01/2004 - 14h13

Rio, 28/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - A Fortaleza de Santa Cruz, em Niterói, um dos mais belos exemplos da arquitetura colonial portuguesa, foi entregue hoje à população, totalmente restaurada. A solenidade teve a presença do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Lessa, e do comandante do Exército, general Francisco Roberto de Albuquerque.

Iniciadas em junho de 2003, as obras foram patrocinadas pelo BNDES, dentro da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura, e custaram R$ 806 mil. O dinheiro foi empregado na conservação e substituição de emboço (primeira camada de argamassa que serve de base ao reboco) e pintura externa, impermeabilização e preservação de áreas cobertas, além da implantação de uma rede para esgotamento sanitário, que contribui para a despoluição da Baía de Guanabara.

A Fortaleza de Santa Cruz começou a ser construída no século 16 pelo francês Villegaignon e acabou se tornando parte da história do Brasil. Durante sua construção, as pedras da muralha foram trazidas de Portugal cortadas e numeradas. Nos dois séculos que se seguiram, Santa Cruz foi ampliada. Em 1730, com 135 canhões, era a principal unidade de defesa da cidade.

Posicionado na fortaleza, Mem de Sá combateu e expulsou os franceses da Baía de Guanabara. Mais tarde, o local foi palco de revoltas como a da Armada, em 1893, e combateu os tenentes rebeldes em 1922. Com a missão de proteger a Baía de Guanabara, a fortaleza também serviu de prisão política, recebendo nomes ilustres da história como José Bonifácio de Andrada e Silva, Bento Gonçalves e o escritor Euclídes da Cunha.

Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1939, a Fortaleza de Santa Cruz virou ponto turístico e recebe anualmente cerca de 180 mil visitantes. Essa foi a segunda vez que a fortaleza passou por obras de restauração. A primeira foi em 1896 para recuperar os danos causados pela Revolta da Armada. O atual projeto de restauração foi executado pela Fundação Cultural do Exército Brasileiro, que tem, entre seus objetivos, recuperar e preservar o patrimônio histórico e artístico do Exército.